Sétima arte de educar
Ateliê Sesc ensina jovens a se apaixonarem
pelo cinema
Diogo Braz
O mundo cabe numa tela de cinema, muito mais que isso: todos os sonhos e fantasias,
ficção ou realidade. Na vida de alguns alunos do CEPA, o cinema também é
matéria prima para a educação. Por meio do projeto Ateliê Sesc de Cinema –
realizado pelo Sesc-AL com apoio do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP) –
diversos jovens estão aprendendo, na prática, a fazer cinema.
O projeto já está em sua terceira edição e oferece uma série de oficinas,
desde o “Bê-a-Bá” audiovisual, passando por oficinas de roteiro, produção,
direção e filmagem e edição, até chegar ao lançamento dos filmes feitos durante
o projeto e o envio desses filmes para os festivais de cinema. Para se ter uma
ideia do êxito da iniciativa, dois filmes produzidos em edições anteriores do
Ateliê Sesc de cinema foram premiados em festivais: “Nome, Idade, Profissão,
Onde Mora”, de Viviane Vieira, foi premiado no 21º Festival Internacional de
Curtas-Metragens de São Paulo, como vídeo mais votado na mostra online
KinoOikos; e “O velho e a lagoa”, de Márcio Nascimento, foi escolhido o melhor
curta ambiental da 7º Cinefest Votorantim, no estado de São Paulo.
No escurinho do cinema - Foto de Diogo Braz |
Para a jornalista Nataska Conrado, que ministra a oficina de “Bê-a-Bá”
audiovisual, a função do projeto é abrir caminhos para que as pessoas se
interessem pela sétima arte. “Esta primeira etapa do Ateliê serve justamente
para fazer com que as pessoas se apaixonem pelo cinema”, explica. “É importante
para que elas despertem o olhar e vejam as coisas de uma outra forma. Para que,
no decorrer das oficinas, eles possam dar continuidade na realização de suas
ideias e sonhos e terem interesse de irem ao cinema, teatro, buscar mais
informações”, analisa Nataska.
De acordo com a facilitadora, o
Ateliê Sesc de Cinema é um projeto singular, que faz um trabalho mais
aprofundado de formação, num ciclo que seguirá até novembro com a mesma turma
de alunos. “É um projeto muito interessante, mais longo, que trabalha de forma
mais continuada a formação dos meninos”, afirma. “Na primeira edição, alguns
jovens até começaram a trabalhar em produtoras, criaram interesse profissional
pela área e conseguiram se engajar no mercado”, revela.
Os participantes também enxergam a
importância do projeto. Para a estudante Mickaelle Gabryela, o projeto aumentou
seu interesse em cinema. “Sempre tive vontade de participar de uma oficina
dessas, estou aprendendo muitas coisas que não sabia, de tudo um pouco. Deu
vontade de saber mais sobre filmes, ir no cinema”, disse a jovem participante. A
estudante Camila Raphaelle está aproveitando as oficinas para adquirir
conhecimentos para realizar o seu sonho profissional: ser professora de teatro.
“Eu estou achando muito legal porque tem a ver com a área que eu quero
trabalhar, o teatro; e essa é uma das partes que eu mais estou aprendendo”,
adianta. Para Leiliane da Silva, outra aluna do ateliê, as oficinas também
servirão para a profissão que deseja exercer. “Eu pretendo fazer jornalismo ou
publicidade, e o que eu mais achei interessante foi quando a gente aprendeu
sobre fotografia. As aulas estão muito legais, cada vez mais interessantes”,
avalia.
As oficinas desta edição do Ateliê
Sesc de Cinema são gratuitas e acontecem no Espaço Cultural Linda Mascarenhas
até novembro. De acordo com a artista visual Alice Jardim, que ministrará
oficinas no último módulo do projeto, o local de realização das oficinas
facilitou sua ampliação. “A primeira ideia do projeto é trabalhar com os
bairros, e como o Farol é um bairro central, terminou que as pessoas dos
bairros próximos também vieram e começaram a se inscrever”, revelou.
A produção cinematográfica
resultante do projeto poderá ser conferida no penúltimo mês do ano, mas os
resultados do Ateliê Sesc de Cinema já podem ser observados no olhar curioso de
jovens alunos, que descobriram no cinema uma nova forma de enxergar a vida.
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