Ads 468x60px

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Rojo - Divulgação

Espetáculo “Rojo” volta em cartaz no Linda Mascarenhas


Audrey Trevas, com Joelle Malta


O Espaço Cultural Linda Mascarenhas será novamente palco de mais uma temporada do espetáculo “Rojo”, que tem direção de Jonatha de Albuquerque Vieira e Nara Salles. A peça entra em cartaz nos dias 3 e 10 de setembro, às 20h. A iniciativa é uma parceria do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP), por meio do Projeto Linda de Teatro e do Núcleo Transdisciplinar de Artes Cênicas e Espetaculares (NACE), da UFAL.
 “Rojo” é o resultado de uma investigação das obras de Frida Kahlo e da filmografia completa de Pedro Almodóvar. A idéia é mostrar que a compreensão do mundo através da arte acontece não só por meio de uma leitura visual, auditiva ou tátil, mas de sinestesias.

Rojo: espetáculo do Coletivo Vermelho de Teatro - Foto de Divulgação

 “A sensualidade e a sexualidade são temáticas recorrentes nas vidas e nas obras de Kahlo e Almodóvar, assim houve uma preocupação em como expor essas características na cena. O caminho que escolhemos foi trabalhar de maneira implícita e explícita, nos figurinos com a utilização de decotes, transparências, lingeries e o corpo nu na cena,” afirma Nara Salles, orientadora do NACE.
Na encenação, estão mesclados o teatro, a dança, a música, as artes visuais, e o cinema, com ênfase especial nestas duas últimas linguagens. Baseado no Teatro de Processo Colaborativo, é importante frisar que o público tem voz ativa no momento que desejarem. Os ingressos são limitados – apenas 30 estarão disponíveis – e, para adquirir, é necessário chegar mais cedo ao local. A entrada é um tomate maduro.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Palavra Mínima: Jan Cláudio e Eduardo Proffa - Divulgação


Palavra Mínima tem ingressos esgotados para ver Jan Cláudio e Eduardo Proffa



Diogo Braz, com release da Comusa


O Projeto Palavra Mínima volta a acontecer nesta sexta (02/09), trazendo com primor sua proposta de unir música e poesia no palco do Espaço Cultural Linda Mascarenhas. Realizado pelo Instituto Zumbi dos Palmares (IZP) e pela Cooperativa dos Profissionais de Música de Alagoas (COMUSA), o Palavra Mínima trará, nesta edição, a música de Jan Cláudio interagindo com a poesia de Eduardo Proffa.

Jan Cláudio e Eduardo Proffa - Foto: Divulgação

Os ingressos para esta terceira edição do projeto estão esgotados, demonstrando o sucesso da empreitada, que vem movimentando o Espaço Linda Mascarenhas com muita música e poesia genuinamente alagoanas. Para atender ao público que não conseguiu ingresso, IZP e Comusa realizarão uma sessão extra do show de Jan Cláudio e Eduardo Proffa no dia 09/09/2011, também às 20hs.

Jan Cláudio

Nascido em Girau do Ponciano, Jan Cláudio teve contato com a música desde cedo: seu pai era músico e fez com que o jovem despertasse o interesse pelo universo do som. Aos 17 anos começou a tocar violão e mais tarde entrou para o grupo vocal “Nó na Garganta”, onde aperfeiçoou sua técnica para cantar. Participou de diversos festivais, inclusive do Festival de Música do IZP.
No show da próxima sexta, Jan Cláudio pretende mostrar seu trabalho de criação musical em um formato acústico, enfocando sua obra autoral, com aspecto estético de Música Popular Brasileira. Para acompanhar o cantor, um time seleto de músicos formado por Nana Villa Lobos (Direção Musical, violões), Mizael Dantas (baixo), Christiaan Klaus (teclado) e Wilson Miranda (percussão), além da participação especial da cantora Irina Costa. No repertório, Jan promete mostrar inclusive composições em parceria com Eduardo Proffa.

Eduardo Proffa

Apesar de nascido em São Paulo, o poeta Eduardo Proffa chegou a Maceió com apenas 5 anos e desde lá adotou Maceió também como sua cidade. Com uma trajetória que se confunde com a música, Eduardo integrou diversos grupos musicais como o “Diário de bordo”, “Novo Tempo” e “Nó na Garganta”, do qual Jan Cláudio também fez parte. Compositor e poeta, Eduardo é uma prova viva de que música e poesia são linguagens irmãs no fazer artístico.
Proffa é também professor de Educação Física e Blogueiro ativo. Criador da Revista Eletrônica “A Villa Caeté em Revista”, autor do “Manifesto Antropofágico Cultural Alagoano” e autor do livro de poesia “Ecos da Cidade”. Eduardo é também membro da Academia Maceioense de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.

Palavra Mínima

O projeto Palavra Mínima tem o objetivo de criar mais um espaço para veiculação da arte produzida em Alagoas. Trata-se de um empreendimento cultural consistente na produção de espetáculos a acontecerem no Espaço Cultural Linda Mascarenhas. A finalidade é integrar a música e a literatura, contando com a presença de um escritor participando ativamente do espetáculo musical, lendo seus próprios textos. Por ser um espetáculo musical impregnado de literatura, apresenta o desafio de proporcionar a sintonia entre a palavra cantada, a música dos compositores e intérpretes e os textos dos diversos autores alagoanos, buscando, assim, unir duas expressões, como produção única. 


Você também pode ler este texto em:
Site do IZP - http://migre.me/5BydB

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Oficina de Grafite com o Estúdio Reca

Oficina do Estúdio Reca traz o grafite para o Linda Mascarenhas

Diogo Braz
Fotos de Lays Peixoto, exceto foto de divulgação d'Os Gêmeos

Viver em um meio urbano hoje em dia parece requerer um adestramento dos olhos, para que esses se acostumem a um certo caos visual. Talvez seja o ritmo acelerado com o qual as cidades crescem projetando suas estruturas de concreto em direção ao céu, modificando a paisagem natural, outrora verde. Talvez sejam as vitrines e os outdoors, que tentam escandalosamente chamar a atenção para suas ofertas; ou quem sabe sejam as luzes vermelhas das lanternas dos carros num engarrafamento, como se fossem vaga-lumes irritados. Há um layout confuso em toda cidade, típico, que acaba influenciando a relação de moradores com sua urbe; um caos estético, muitas vezes chamado de poluição visual, que se apresenta como a tela ideal para que jovens artistas desenvolvam o grafite: uma expressão artística, uma intervenção urbana, em desenhos ou inscrições pintadas em muros, em prédios, em pontes... Na cidade!
Obra dos grafiteiros "Os gêmeos" interagindo com a cidade - Foto: divulgação
O grafite é arte e não vandalismo, como alguns possam pensar. Marginalizado, em sociedades que preferem enxergar os traços coloridos de spray como depredação de patrimônio, o grafite ainda é uma expressão tímida em Maceió. Pensando em reverter esse quadro e esclarecer a população, os designers gráficos Daniel Melro, Rafaela Calheiros e Vamberg Nunes, do Estúdio Reca, promoveram uma oficina sobre grafite para estudantes da rede pública estadual de Alagoas no Espaço Cultural Linda Mascarenhas.

Estúdio Reca: Rafaela Calheiros, Vamberg Nunes e Daniel Melro
A ideia da oficina surgiu quando o Reca ajudou na realização de uma oficina com o grafiteiro paulista Tatu na Barra de São Miguel. A partir daí, os jovens alagoanos pensaram em compartilhar o conhecimento que adquiriram na prática e com o experiente Tatu. “No estúdio a gente trabalha com muita coisa, desde ilustração, sinalização, a embalagem; e a área do grafite é uma área meio que alternativa, experimental, que a gente curte muito fazer: Inclusive tem um grafite nosso aqui no estacionamento da TVE. Já as oficinas são esporádicas. Com a vinda do Tatu, a gente pode aprender um pouco com ele e agora estamos aqui repassando pro pessoal”, explicou Rafaela.

Antes de partir para a prática, alunos descobrem a história do grafite
Primeiramente, os oficineiros explicaram para os alunos da rede estadual o que era o grafite, seu surgimento, suas características como arte, seus maiores expoentes, a utilidade social do grafite e como essa arte pode interagir com a cidade e seus moradores. Um dos principais pontos debatidos foi sobre a diferença entre o grafite e a pichação. “O grafite é uma manifestação mais elaborada, é mais ou menos passar a arte para o muro, e a pichação não. A pichação é mais pro pessoal que vai falar do time ou fazer uma crítica ao governo, e é proibida... Pra algumas pessoas a pichação não é considerada vandalismo, mas pro governo é, por isso que ela é considerada crime. O grafite já é algo mais artístico”, explica Vamberg.

Alunos atentos à explicação de Daniel
Talvez a maior diferença seja porque o grafiteiro quer interagir com a cidade, não no sentido de sujar um monumento ou destruir a beleza de algo. O grafite quer presentear a cidade com uma obra de arte, que, num pedaço harmonioso de muro, faça seus olhos descansarem do turbilhão de informações visuais da cidade. Para entender isso, basta ver o sorriso orgulhoso com o qual Daniel, o grafiteiro do Reca, fala sobre sua relação com artes urbanas. “Eu sou meio viciado em arte urbana. Desde a época do colégio, eu sempre vivia desenhando durante as aulas. Então dei continuidade nessa parte artística, entrei na área do design gráfico, que tem muito contato com a arte, até que a gente montou o Reca e hoje podemos trabalhar com muitas coisas, com o grafite, por exemplo. Isso é muito gratificante”, comemora.

Rafaela ajuda alunos a deixarem sua arte no muro
Os estudantes aproveitaram bem a troca de conhecimento da oficina. Para Vander Melo, o grafite pode ser uma opção de profissão no futuro. “Eu achei a oficina muito boa. Já tinha treinado um pouco antes, vim pra oficina pra ter um conhecimento maior e poder praticar um pouco. Agora é só procurar um local bom, conseguir uma autorização e grafitar. Ter o grafite como uma profissão seria muito bom, mas quem sabe... talvez pode ser outra área de design”.

Resultado final

Ainda são poucos os grafiteiros em Maceió. Em suas oficinas e no dia a dia de trabalho, o Estúdio Reca vem tentando fazer com que essa manifestação artística tão ligada aos meios urbanos saia da marginalidade e possa virar até uma alternativa profissional para diversos jovens talentosos. A julgar pelo resultado final da oficina, grafitado na parede do jardim do Espaço Linda Mascarenhas, os participantes da oficina se saíram muito bem. Quem sabe esses jovens escutem algum dia a famosa canção Aquarela, de Toquinho e Vinicius de Moraes, e imaginem em um muro qualquer grafitar um sol amarelo.

Nem precisa de legenda...

Conheça mais sobre o Reca: http://reca.com.br/blog/
Você também pode conferir este texto em:
Site do IZP - http://migre.me/5Bym1

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Tributo a Michael Jackson - Divulgação

Fãs alagoanos de Michael Jackson prestam tributo ao ídolo Pop

Diogo Braz

Um fenômeno internacional da música pode ser reconhecido pela legião de fãs que consegue arrecadar pelo mundo durante sua carreira. No caso do cantor estadunidense Michael Jackson, a dedicação  dos fãs é algo que não cessou com a morte do astro, pelo contrário, a atenção recente em torno do mito fez com que ele conquistasse novos admiradores.

Cover de Michael Jackson - Foto de Divulgação

No mesmo clima de homenagens que acontecem ao redor do globo, o Michael Jackson Fã Club Maceió vai prestar o seu terceiro tributo a Michael Jackson, este sábado (27), no Espaço Linda Mascarenhas. Marcado para começar às 15hs, o evento, que é realizado pelo fã clube e conta com o apoio cultural do Instituto Zumbi dos Palmares, promete uma programação recheada de atrações, como: concursos de dança, caracterização e interpretação; Show com a banda Sometime, apresentação de cover de Michael Jackson; exposição; Quizz e sorteio de brindes.
De acordo com a presidente do fã clube, Amanda Lima, “o evento visa a interação dos fãs do astro para que possam trocar idéias, passar uma tarde agradável e comemorar o aniversário de nascimento de Michael, que será no dia  29/08”. Com certeza, é a oportunidade ideal para conhecer outros admiradores do falecido Rei do Pop e “trocar figurinhas” sobre o ídolo.

Este texto também pode ser lido em:
Site IZP - http://migre.me/5Byfw

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Prévia do Festival Lab

Domingo memorável para a cena Indie maceioense

Diogo Braz

Quem esteve no Espaço Linda Mascarenhas durante a prévia do Festival Lab descobriu uma fórmula simples e eficaz para transformar o domingo no melhor dia da semana: pessoas interessantes reunidas para curtir boa música a todo volume. Nada lembrava o enfadonho clima de final de tarde dominical, a não ser o pouco movimento de carros na Avenida Fernandes Lima. No hall do Espaço Linda, as projeções de vídeo na parede adiantavam um pouco do que seria mostrado no palco: jovens em camisas xadrez, guitarras em punho, as peles de bateria sendo “espancadas” como numa avalanche e pessoas – muitas pessoas – dançando! Toda aquela energia rebelde que no início dos anos 2000 era transformada em belas canções amarguradas e tristes de Indie Rock parece estar dando espaço para uma música alegre, de ritmo dançante que mostra que a vida também pode ser uma festa.

Hall do Linda Mascarenhas no clima Indie

Lab: Desenhando uma cena para a cidade

O Lab é um festival maceioense de “música contemporânea” que chega a sua terceira edição este ano, começando a firmar seu nome com uma reputação impecável dentro e fora do estado. O sucesso da empreitada é fruto de trabalho dos produtores Victor Almeida e Vanessa Mota, e de uma escolha sempre certeira de line up, com atrações que, nem sempre são a ponta do iceberg, mas que apontam a tendência sonora daquele momento específico, aproveitando para aquecer a nossa cena musical. “Embora não tenha tanta tradição quanto outros festivais aqui do Nordeste, esse é um trabalho que a gente vem fazendo aos poucos – assim como o pessoal do Festival Maionese – e a gente vê que esse trabalho de formiguinha está fazendo mudar alguma coisa aqui em Alagoas”, comemora Victor.

Holger botando o público de pé
Este ano a novidade do Lab é que o evento contou com uma prévia à altura do festival, com atrações ideais para esquentar o clima festivo para o próximo dia 27 (data marcada para a terceira edição do Lab). “A gente tentou expandir um pouco a ideia do festival e fazer do Lab um evento que tivesse um calendário mais extenso, e a gente pensou em fazer uma espécie de aquecimento, para agregar mais bandas e mais coisas”, explicou o produtor. Para Luiz Roberto Farias, membro do Coletivo Popfuzz, que também atua nessa construção da cena musical da cidade, “hoje em dia, junto do Maionese, O Lab é o evento que se preocupa em realmente mostrar musica autoral aqui em Maceió, um dos poucos que não tem interesse simplesmente comercial e tem uma preocupação estética com a música”, avalia.

Banquinha Popfuzz e os produtos da Cultura Indie


My Midi Valentine: 8-bit catártico made in Arapiraca


Marcos, Tales e seus apetrechos eletrônicos

Inaugurando a prévia do Lab, subiu ao palco do Linda Mascarenhas o My Midi Valentine. Formado por Marcos Cajueiro e Tales Maia, o duo arapiraquense executou com destreza sua proposta de levar aos palcos uma sonoridade pautada no som 8-bit de sintetizadores e videogames oitentistas. A parafernália instrumental no palco construía aquele ar sempre inusitado das apresentações dos dois músicos, que revezavam os instrumentos entre e durante as canções. Bem à vontade, Marcos e Tales brincavam com a plateia, interagindo com o público enquanto calibravam seus apetrechos eletrônicos. A presença espontânea deles não deixou que pequenos problemas técnicos estragassem a apresentação, ao contrário, os músicos souberam transformá-las num elemento positivo, como quando Marcos, no final do show, quebrou o teclado do computador que insistia em falhar, fazendo com que a cena entre na história da banda como o seu final mais catártico de uma apresentação.

My Midi Valentine apresentando material do novo disco

O show teve foco no repertório do disco que o My Midi Valentine deve lançar ainda este ano. “A gente tocou basicamente só músicas do CD novo, pra testar mesmo, ver como ele ia funcionar. É o nosso primeiro trabalho assim com mais músicas, são quinze faixas, e nós estamos na pressão agora pra finalizar os detalhes e poder lançar ele logo”, anuncia Marcos Cajueiro. Seu companheiro de banda, Tales Maia também avaliou a apresentação como uma boa oportunidade para testar o novo material. “Houve uns problemas técnicos, mas foi massa! A gente teve pouco tempo pra ensaiar, pra transpor o que a gente fez no disco pra o palco. Ainda estamos acertando isso pra ficar cada vez melhor. Mas foi um show legal pra ver como é que tudo fica ao vivo”, avaliou.

Team Radio: Post-Rock em performance intimista


Team Radio e o show mais intimista da noite

Depois dos arapiraquenses, foi a vez da banda recifense Team Radio, que mostrou sua música com ênfase instrumental de influências Post-Rock, com destaque para as guitarras distorcidas e cheias de efeitos. A banda fez bonito, num show cheio de ambiências sonoras. Formada por Roberto Kramer (guitarra), André Maranhão (baixo), Arthur Bonfá (bateria), Marina Silva (voz e teclado), Thiago Gadelha (guitarra), o grupo já havia se apresentado em Maceió no Festival Maionese deste ano e agradou o público maceioense, com um show de performance mais intimista. “As duas vezes que a gente veio aqui foram em eventos que foram um sucesso, então que continue assim. Basta chamar que a gente virá mais vezes a Maceió”, avisa Roberto Kramer. Já habituados com o circuito dos festivais, a banda avalia a participação em eventos como a prévia do Lab. “Quando você toca em festivais é tudo mais corrido do que quando você faz um show seu, mas o clima dos festivais é muito mais empolgante”, explicou o guitarrista. A Team Radio também se prepara para lançar material novo, um EP com cinco faixas instrumentais, que deve sair em outubro deste ano numa parceria entre o selo paulista Sinewave e o selo alagoano Popfuzz.

Som com destaque para as guitarras

Holger: energia contagiante num show impecável

Holger fez bonito em sua primeira vez em Maceió
A terceira e última atração da noite era a aguardada banda paulistana Holger, que já encantou meio mundo com seu som descrito como uma mistura de Axé, Música eletrônica e Indie Rock. Formada por Pepe, Rolla, Pata, Tché e Arthur, a banda, que já participou de importantes festivais de música independente do mundo, como o South By Southwest (EUA) e Pop Montreal (Canadá), aterrissou em terras alagoanas para fazer um show impecável, com energia e espontaneidade que fizeram suas canções soarem ainda melhores que no disco, contagiando toda a plateia, que dançou como se o teatro tivesse se transformado numa grande boate. “Toda primeira vez que a gente toca em uma cidade é muito empolgante, e a gente costuma dar uma força extra, porque é quando a gente começa a formar um público na cidade. Se, de duzentas pessoas, duas gostarem, da próxima vez elas vão levar duas amigas e assim vai crescendo”, explicou Pepe. O clima antes do show demonstrava bem a empolgação da banda: “Realmente, a gente quer dar a melhor noite que a gente possa dar pra Maceió, a gente quer ser lembrado aqui, quer uma escultura nossa...”, antecipava o espirituoso Pata.

O dia em que o Espaço Linda virou uma boate

Com certeza, quem presenciou o show irá guardá-lo na memória por um bom tempo. No palco, o Holger não obedece a um padrão de formação, todos os músicos tocam praticamente todos os instrumentos e se revezam a toda hora, dando uma dinâmica interessante ao show. A percussão é um ponto forte das canções da banda, é um som que suscita a dança, próprio para festas e celebrações. Elétricos e carismáticos, os cinco integrantes conseguiram estabelecer uma sintonia com o público logo na primeira canção. “Achei a prévia do Lab genial. Os meninos da Holger são ótimos no palco, criativos, interativos... E gostei do line up da noite por trazer, digamos assim, um representante da cena independente local, regional e nacional”, avaliou a jornalista Suzana Gonçalves, que estava presente.

Bom humor e revezamento de instrumentos no palco

O Lab e os frutos de um domingo de boa música

Para Pata, do Holger, festivais como o Lab ajudam na construção da cena musical do Brasil. “Em várias cidades, pessoas que começaram a fazer festival e esse festival trouxe mais público, começaram mais bandas... é todo um ciclo. A gente conhece pouco de Maceió, mas a gente vê o Lab se encaixando exatamente nisso, na criação de uma cena, e a gente se sente honrado e feliz de participar dessa criação e apoiar isso”, analisa.

Público aprovou a prévia do Lab

A prévia do Lab foi uma empreitada exitosa. De volta ao Espaço Linda Mascarenhas, onde aconteceu a primeira edição do festival, o Lab ganhou gás para sua terceira edição, que acontecerá no próximo sábado, dia 27 de agosto, no Armazém Uzina, a partir das 21hs. “O Linda foi a primeira casa do Lab, e a gente está nessa nostalgia, de estar voltando um pouco às origens, agora num show com outra proposta. É um prazer fazer essa prévia aqui. No dia 27 a gente vai ter show da Hoping to Colide With, de São Paulo, Herod Layne, também de São Paulo, Constantina, de Minas Gerais, e o show do Wado (de Alagoas), completando 10 anos”. Se a prévia do Lab foi assim, então é bom se preparar para mais uma noite memorável de boa música.

* Fotos de Diogo Braz

Para conhecer mais:

sábado, 20 de agosto de 2011

Palavra Mínima: Poesia Musicada no Pandeiro e Emanuel Galvão

Pandeiro e poesia se unem para homenagear a palavra

Diogo Braz


      O som do pandeiro guarda uma identidade muito ligada ao poeta popular, aquele mambembe, que parece trazer os versos improvisados na ponta dos dedos. Dedos que, ao tocarem na pele esticada do instrumento, criam o ambiente perfeito para que uma rima se combine com outras e faça viva a palavra em poesia. Os temas do Nordeste, de uma realidade árida e cheia de esperança, parecem encontrar seu lugar junto ao ritmo percussivo, enquanto temas universais ganham uma dimensão particularmente nossa, diante de um som que faz questão de lembrar de onde viemos.




      Quando a banda Poesia Musicada no Pandeiro subiu ao palco do Espaço Cultural Linda Mascarenhas, dentro da programação do Projeto Palavra Mínima, todos esses elementos pareceram se encontrar: a poesia, a sonoridade nordestina, o ritmo do pandeiro, os temas de um universo particularmente nosso. Formada pelo performático Rogério Dias (vocal), Fagner Dübrown (pandeiro e voz), Gustavo Rolo (violão e voz), Tiago Franja (baixo) e Téo Batera (zabumba e voz), o grupo tem uma proposta que se assemelha muito à proposta do Projeto Palavra Mínima: trazer uma mistura de poesia e música, em uma linguagem nova, que não é canção, tampouco declamação: é poesia musicada no pandeiro, como o nome já diz!




         Os cinco rapazes, ,mais duas dançarinas, fizeram bonito. Rogério Dias e Dübrown, em especial, têm química excelente no palco, demonstrando uma conexão natural, como se fossem irmãos nessa arte. Rogério tem uma performance convincente: Declama poesia como quem faz isso há mais tempo do que realmente faz; pode-se sentir emoção na sua gesticulação e em sua voz estridente, típica dos cantadores de coco. Enquanto isso, Dübrown segura o ritmo com precisão, demonstrando conhecer o pandeiro como a palma da mão. O show transcorreu num ritmo interessante, dando espaço para as intervenções do poeta Emanuel Galvão.
        O universo dos versos de Galvão gira em torno das metáforas. Ele brinca com as palavras, dando-lhes sentidos diferentes num ritmo fluente de suas frases. Suas estrofes parecem ter sido feitas para a música, lidas ao som do violão de Gustavo Rolo, elas se adaptavam ao dedilhado com naturalidade. Galvão declamou poemas de seu primeiro livro, Flor Atrevida, que falam, em sua maioria, do amor sensual. Ele ficou contente com a interação com o público. “Para mim, a poesia não está só nos livros, ela está viva quando a gente a declama. É muito bom ver a reação das pessoas, quando a gente lê um poema! Eu fico vibrante com isso. Estou muito contente pelo convite que o pessoal da Poesia Musicada no Pandeiro fez para eu participar do Palavra Mínima, que é um projeto muito bonito. A Comusa, o IZP, estão de parabéns pela realização”.



        O economista Geraldo Barros, que estava na plateia, aplaudiu a iniciativa. “É um projeto muito válido, que nos mostra muitas riquezas culturais de Alagoas. As pessoas estão acostumadas a enxergar somente os aspectos negativos das coisas, e hoje nós pudemos ver o Rogério Dias cantando poesias que enaltecem o alagoano, que valorizam nossa cultura. Eu acho que a gente precisa disso, de espetáculos que nos lembrem de nosso valor”, pontuou.
         Para Sóstenes Lima, presidente da Cooperativa dos Trabalhadores de Música de Alagoas (Comusa), o projeto tem alcançado seus objetivos. “A proposta do Palavra Mínima é trazer essas duas linguagens, a música e a poesia, num espetáculo onde haja uma interação entre elas, onde haja uma experimentação nessa relação. A gente está observando que o público tem aprovado as apresentações e isso nos tem feito pensar sobre outras linguagens que podemos agregar ao projeto no futuro. Talvez o teatro seja uma linguagem que caiba bem nessa proposta. Ainda virá muita coisa pela frente”, adiantou.
         O músico Fagner Dübrown, da Poesia Musicada no Pandeiro, aprovou o formato. “A gente já vem trabalhando essa relação entre a poesia e a música há algum tempo e achamos que o projeto nos deu a oportunidade, hoje, de experimentarmos um pouco mais essa coisa de trazer a poesia pro universo da música, com a participação do Emanuel Galvão. Foi um prazer”, declarou o pandeirista.



         Esta edição do Palavra Mínima chegou ao fim deixando um sentimento bacana trazido pelo pandeiro e pelas palavras declamadas e cantadas, orgulhosas de seu sotaque alagoano.

* Fotos de Diogo Braz

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Apresentação de Dança do Ventre do Grupo Luz do Oriente

Apresentação de Dança do Ventre mostra a feminilidade através da arte

Diogo Braz

A dança é uma forma de expressão artística tão antiga quanto as próprias civilizações e, ainda nos dias de hoje, ela guarda um pouco dos sentidos ritualísticos das suas práticas antigas. Se através dos movimentos da Dança do Ventre as mulheres da antiguidade trabalhavam todas as potencialidades de suas feminilidades como forma de agradecimento às deusas da fertilidade, ainda hoje esse despertar parece fascinante, seja por seus movimentos, pelos olhares, pelas indumentárias, ou somente pela ideia de que estamos assistindo a uma apresentação de dança do ventre. 

      Ontem (18), no Espaço Linda Mascarenhas, mulheres de diferentes faixas etárias apresentaram um pouco desse “auto descobrimento” na primeira noite do oriente, promovida pelo grupo de Dança do Ventre “Luz do Oriente”, da professora Sarah Nayyirah. No palco foi apresentada a feminilidade através da arte, em números repletos de movimentos sinuosos e sensuais, dentro de uma atmosfera formada por elementos da cultura oriental, desde a música até os tecidos do cenário, os acessórios usados nas danças (facões, cajados, espadas, vasos de água), e a maquiagem dos dançarinos. 


Dentre o grupo que se apresentou, havia uma variedade de idade, gênero e tipos físicos comprovou que a prática graciosa da Dança do Ventre não impõe restrições. O desempenho dos pupilos foi aprovado pela mestra. “Elas foram bem, se esforçaram muito. São alunas que estão evoluindo, estão chegando em níveis melhores. Tem pessoas que têm pouco tempo de dança e já estão se apresentando. Eu achei legal”, elogiou a professora Sarah Nayyirah, que também subiu ao palco, ora junta aos alunos e ora em números solo, com coreografias complexas e graciosidade estampada na relação do olhar com a plateia. “Nós conhecemos o trabalho da Sarah há bastante tempo, viemos prestigiar e estamos adorando o espetáculo, está muito bonito, mostrando toda a feminilidade dos gestos, do olhar”, comentou a dançarina Leila Samira, do grupo de Dança Cigana Leshjae.



      A dançarina Anne Djurdjevjch elogiou a iniciativa do espetáculo: “Trabalhos como este que a Sarah está fazendo são importantíssimos porque o alagoano é carente do que vem de fora. A gente se foca muito no regional, o que é importante também, mas a gente precisa saber também de onde a gente veio para mostrar o que a gente tem agora. E essa dança aí é uma dança do mundo, com mais de seis mil anos de história. Então eu acho que o evento é muito válido. Que venham outros”, incentivou Anne, que também faz parte do grupo Leshjae, que animou o hall do Espaço Linda Mascarenhas num “show do intervalo”, improvisando um número de dança ao som da percussão de Ruiter Djurdjevjch.



           O cantor e compositor Luiz de Assis também aprovou a ideia do espetáculo: “É uma oportunidade boa pra ver uma dança diferente, que não é tão comum aqui em Maceió. Eu estou achando isso muito legal”, comentou.
A intenção foi exatamente apresentar a Dança do Ventre, além do alcance dos estereótipos das produções televisivas ou hollywoodianas sobre essa arte. “Hoje nós fizemos uma mistura, uma mostra geral do que é a Dança do Ventre, desde a sua origem ritualística – com os instrumentos que nós mostramos aqui: o véu, bastão, pandeiro... – até o ‘moderno’, o que está sendo feito hoje na Dança do Ventre”, explicou.
Sendo assim, o público que compareceu ontem ao Linda – como o Espaço Cultural Linda Mascarenhas é carinhosamente conhecido – pode apreciar uma linda manifestação da feminilidade através da dança.


* Fotos de Diogo Braz

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Apresentação do grupo Mutirõ

Mutirão de amigos para celebrar a espiritualidade através da música e da dança

Diogo Braz

Na última quinta, todos no Espaço Linda Mascarenhas pareciam estar imersos numa atmosfera de amor universal e espiritualidade. Os sons que se ouviam no hall remetiam aos ruídos da natureza, o som das florestas. Projeções nas paredes e em paineis cobertos de renda revezavam imagens de índios, de constelações estelares, mandalas psicodélicas em uma série de referências ao sagrado. O ambiente estava preparado para uma noite de celebração à natureza, por meio da música, dança e artes visuais. Tratava-se da primeira apresentação do grupo Mutirõ. 

Projeções em paineis de renda no Hall do Linda Mascarenhas

O nome do grupo, inspirado na palavra “mutirão”, já dava a pista de tudo: Formado por amigos que frequentam o Centro de Harmonização Interior Essência Divina, CHIED – centro de práticas ligadas ao estudo de culturas universais ligadas ao uso religioso da bebida ayahuasca – o Mutirõ se propõe a apresentar releituras de hinos ayahuasqueiros, mantras indianos e outras canções desse universo da ayahuasca, além de flertar com a interdisciplinaridade, apresentando um solo de dança de Valéria Nunes, interagindo com uma vídeo instalação de Glauber Xavier. O número originalmente faz parte do elogiado espetáculo de dança Desnuda e se encaixou bem na temática do evento. “Esse solo surgiu da minha vontade de trazer à tona esse universo dessa mulher que cura, as curandeiras que trabalham com ayahuasca e cânticos. Daí, esse universo eu levei pro Desnuda, e quando surgiu a ideia dessa banda Mutirõ a gente pensou em trazer (o solo) que está na mesma energia”, explicou Valéria.
A música relaxante e as imagens projetadas na parede e no belo cenário criavam um clima e espaço ideais para que os movimentos da bailarina encantassem o público. Em alguns momentos, a plasticidade dos movimentos de Valéria pareciam representar a anciã curandeira e em outros momentos pareciam ser a própria força da natureza em seu processo de cura. “Foi sensacional, ela dançando é incrível. Pra mim, passou muita coisa... ela olhou pra todo mundo! Isso é muito forte”, elogiou o ator Carlos Roberto Barros, que estava na platéia. A arquiteta Synara Holanda, que assina a bela cenografia do espetáculo, falou sobre a interação da dança com o resto do espetáculo. “Esse solo da Valéria se integra na proposta do show, porque essa coisa da espiritualidade é algo que ela já vem trabalhando e é algo que eles (do Mutirõ) trazem pra música, pra arte. E eu achei o resultado fantástico”, comentou. 

Público compareceu para prestigiar a música do Mutirõ

Terminada a dança, era o momento do show musical, e o pessoal do Mutirõ não decepcionou. André Nascimento (vocal), Carol Salgado (vocal), Lucas Rubenich (violão e vocal), Rodolfo Manta (vocal, violão e percussão), Gama Jr. (flautas e vocais), Vishua Prem (baixo, violão e vocais), Glauber Xavier (percussão e vocais), Anderson José (percussão), Valéria Nunes (vocais) e Juliana Flor (vocais): 10 músicos subiram ao palco e puderam mostrar uma música relaxante, construída por instrumentos acústicos e sonoridade que flertava com elementos indianos, hinos religiosos e sons da floresta. 
Grupo interagiu com o público presente

A apresentação ocorreu em tom de celebração espiritual e a plateia, formada em sua maioria por outros membros do CHIED, interagiu com os músicos, deixando a noite com um clima amistoso e familiar. Em certo momento, os filhos de alguns músicos subiram ao palco com toda a espontaneidade de criança e uma, inclusive, acabou dormindo ali mesmo. “O Mutirõ é um movimento de amigos mesmo. E a gente poder organizar essa coisa que a gente faz no quintal de casa, no sítio, na natureza, e trazer para um local como um teatro é bem especial pra gente, porque aí a gente pode mostrar pra outros amigos essa vida meio ‘natureba’”, explica o músico e artista visual Glauber Xavier. 
Filhos dos músicos subiram espontaneamente no palco para participar

A impressão causada na platéia foi boa. “foi ótimo! Eu acho que foi pra sentir o amor, pra estar no amor... eu estou levando isso, o amor, pra casa”, comenta a comunicóloga Fernanda Fassanaro.
Para o cantor André Nascimento, o resultado foi melhor que o esperado. “Eu achei que a performance do grupo me surpreendeu. A gente não teve muito tempo pra ensaiar, pensamos até em adiar, mas não! Decidimos firmar o compromisso e eu estou muito feliz em poder participar dessa celebração da alegria, da harmonia, da luz, da paz e do amor”.
Para quem perdeu a apresentação e deseja interagir com esses sentimentos bons, o grupo pretende levar o projeto adiante e mostrar mais um pouco dessa música de ideais universalistas. “Pra quem quiser mais Mutirõ, a gente deve estar fazendo um show em setembro já com roupagem nova, porque a gente ainda está se descobrindo, até a gente achar quem a gente é e o que a gente quer fazer”, anuncia Glauber Xavier. Basta então, com a certeza de que vem por aí mais música boa, ligada ao amor universal.
 
Veja um trecho do show:


* Fotos de Diogo Braz