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terça-feira, 27 de março de 2012

Comece a agir

Rap para fazer a cabeça: festa com enfoque no debate de ideias lotou o Espaço Linda

Diogo Braz

As palavras saem, uma atrás da outra, seguindo um ritmo, combinando-se em rimas. Na mão dos MCs, o microfone é uma arma que atira verbos e machuca o chamado sistema, acertando-lhe em cheio e deixando expostos os problemas de uma sociedade. Rap é uma ferramenta revolucionária, que se aproveita das batidas e scratches dos DJs para conscientizar os seus ouvintes. Muitos desses ouvintes estiveram presentes este domingo, 25 de março, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, para participar da primeira festa “Comece a agir”, realizada pelo Coletivo Todos Um.
Anunciada no melhor estilo “faça você mesmo”, a festa atraiu um publico numeroso e contou com mais de 8 horas de duração, entre apresentações de grupos de Rap, oficina de estêncil, debate e exibição de curtas e vídeos. Dando coesão à extensa programação estavam temas comuns à chamada cultura de rua, seja nas letras das músicas, nos vídeos ou nas conversas do hall: vida na periferia, skate, grafite, o ameaçador mundo do crime e das drogas, rimas, família, e etc. Temas que definem os simbolismos do Rap alagoano e que são fundamentais para criar uma identidade entre os membros dessa tribo.

Público numeroso compareceu ao evento - Foto de Diogo Braz

Para os organizadores da festa, o principal é justamente as ideias. Diego Verdino, membro do coletivo Todos Um e do grupo A Queda, explica a intenção do evento: “Não é uma festa só pra mostrar o Rap, sabe? A gente tenta sempre puxar um debate, mostrar uns vídeos, trazer discussões como as de hoje. Tentamos ir além da música, pois a música mesmo não é somente som, ela passa uma ideia, então a gente quer passar ideias sobre cultura da rua”. Tito Remi, parceiro de Diego no coletivo e no grupo, completa: “Não é uma festa de Rap, é uma festa de ideias. Também tem Rap, mas o principal são as ideias”.

Vídeos, skate e tintas em spray: simbolismos da cultura Hip hop

Sendo assim, a Comece a agir iniciou com a exibição de uma série de vídeos de skate. Logo após, foram exibidos curtas sobre os polêmicos temas da pichação (Pixo) e do grafite (No muro), irmão da pichação mais aceito pela sociedade. Os vídeos despertaram o interesse do público presente e serviram para inspirar a próxima atração, uma oficina de estêncil, técnica de pintura que se utiliza de cartelas vazadas que servem como gabarito para a tinta do spray.

Público concentrado na exibição dos curtas - Foto de Diogo Braz

O oficineiro Felipe Cirino fala sobre a técnica como uma ferramenta política. “O estêncil serve para passar uma informação. Se a gente for buscar na Internet por imagens relacionadas ao estêncil, a gente vai encontrar a maioria de imagens com conotação política, imagens diretas, que o cara olha e identifica logo, sem precisar de palavras”. Dentro do debate sobre a legalidade da pratica, Felipe explica que a técnica ainda não é bem vista pela sociedade. “Maceió ainda carece de incentivo a esse tipo de produção cultural ‘alternativa’, o que em outras cidades nem é ‘alternativa’. Eu mesmo já fui parar em delegacia por fazer estêncil. Há aquela imagem associativa com a pichação e de que pichador é maloqueiro”, avalia.

Prática da oficina de estêncil - Foto de Diogo Braz


Autogestão em meios urbanos: um debate com o rosto do evento

Inspirado no próprio modus operandi da própria festa, o debate proposto pelo Todos Um foi sobre autogestão em meios urbanos. “Eu acho que o debate teve tudo a ver com a ocasião porque o evento de hoje é fruto de esforços dos próprios artistas, que botaram as mãos e os braços pra trabalhar. Hoje nós pudemos debater como atuar nesse processo de autogestão nos meios urbanos, fomentando a participação da sociedade nos processos de decisão da própria sociedade”, analisou João Carlos de Almeida, membro da Resistência Popular, que é um grupo organizado de pessoas que tem atuação tanto na comunidade quanto em nível sindical e estudantil, justamente fomentando a participação das pessoas no dia a dia de suas comunidades.

Debate sobre autogestão - Foto de Diogo Braz

Henrique Bezerra, também membro da ResistênciaPopular, acredita que as ideias propostas pela organização foram bem recebidas pelo público. “Eu acho que o debate de hoje foi muito válido. Hoje, algumas pessoas disseram que esse debate, para elas, era algo novo. As pessoas são bastante céticas ao que é novo, mas tudo que é novo gera uma curiosidade e é essa curiosidade deve ser nutrida. Porque se alguma coisa do que eu falei aqui hoje gerou essa curiosidade, fez com que alguém ficasse inquieto, essa pessoa vai buscar se informar sobre isso, vai conversar com outras pessoas... isso já valeu muito a pena”, avalia.
Henrique também elogiou a abertura de espaço do IZP na realização do evento. “Não é fácil organizar um tipo de evento como este e se não fosse o Espaço Linda Mascarenhas abrir as portas para a festa, ela seria muito mais difícil de acontecer. Ainda bem que temos um espaço como este, que ele continue existindo e aberto a todas essas iniciativas dos lugares mais distantes e com as propostas mais novas”, deseja.

Pick Ups em ação e microfones carregados de rimas afiadas: o som da festa

 Quando as apresentações musicais da festa iniciaram já se passava das 18 horas. A expectativa do público continuava grande, apesar do atraso. Assim que as caixas de P.A. espalharam as primeiras frequências graves das batidas pelo ar, o teatro do Espaço Linda Mascarenhas lotou. A popularidade do Rap alagoano vem crescendo, e aos poucos está saindo das periferias e conquistando seu espaço na movimentação cultural da cidade.

Fábio Bactéria no domínio das Pick ups - Foto de Diogo Braz

Para Weverton Marcius, vulgo MS, que se apresentou na festa, ainda há dificuldades, mas há uma empolgação nos agentes desse movimento. “É muito difícil a caminhada no Rap alagoano. É muito difícil rolar evento aqui em Maceió e, quando rola, é evento pequeno, de mês em mês; um evento desse porte de hoje, com tanta gente, eu até fiquei instigado, porque é muito bom pro movimento. A cena está crescendo, tem muita gente fazendo um trabalho bom, muita gente nova chegando, eu mesmo sou da nova geração do rap. Está sendo uma correria boa”, avalia.

A Queda, um dos destaques do dia - Foto de Diogo Braz

Entre os muitos grupos que se apresentaram, alguns se destacaram, como A Queda, O Invasor e LadOeste. A produção dos grupos demonstrou que o movimento está indo no caminho certo, com letras bem trabalhadas aliadas a batidas e melodias bem construídas: fórmula pra fazer todo mundo se conscientizar enquanto balança o corpo.

LadOeste também botou o público pra dançar - Foto de Diogo Braz

O final da festa trouxe o melhor da noite, o momento de “mandar as rimas” no improviso: o chamado Free Style. Subiram ao palco vários MCs que haviam se apresentado na noite e mostraram um pouco mais do talento para lidar com as palavras, sem esquecer do ritmo.

Balanço final

O evento serviu para traçar prognósticos otimistas para o Rap alagoano em 2012. O público aprovou a festa. Para Will Grind Mc do A.S.U. (Anônimos da Sociedade underground), que não tocou no evento, mas que esteve lá com a tradicional Banquinha Popfuzz, a Comece a agir provou que o movimento do Hip Hop e Rap está crescendo. “Um evento como esse mostra a importância da movimentação da galera que está ativa na cena cultural alternativa. E isso é bom até mesmo pra dar mais opção pra cidade e trazer mais pessoas pro movimento, que está crescendo cada vez mais, como se pode ver aqui hoje no Linda Mascarenhas”, afirma.


Público ficou até o final - Foto de Diogo Braz

Para João Marcelo, vocalista da banda Morra Tentando, a pluralidade do evento foi o motivo de seu sucesso. “Eu acho válido pra caramba o Linda estar abrindo espaço pra esse tipo de evento, muito produtivo pra todo mundo, um evento que quebra com esse modelo tradicional de ser um show só com música, mas que traz oficinas, vídeos, debates, um modelo bem interativo. É importante e produtivo abrir espaço pra essas manifestações culturais”, elogia.


Público atento às rimas - Foto de Diogo Braz

Para Diego Verdino, com o crescimento das cidades, mais manifestações culturais vão acontecer e essa é a matéria prima do trabalho do Todos Um. “O crescimento da cultura de rua é inevitável. Maceió ainda é pequena e provinciana, mas a gente já vê que ela está colando com Rio Largo, litorais Norte e Sul já estão colando. Então, Maceió tende a ser, num futuro próximo, uma grande metrópole. E dentro da metrópole surge muita coisa, muitas culturas, e também surgem muitos problemas sociais. A partir desses problemas sociais é que surgem os questionamentos que a gente coloca nos eventos que a gente faz. Nós trabalhamos não somente com Rap, mas com cultura alternativa”.

Leia também a cobertura do Sirva-se 

Seminário de diversidade e gênero


Seminário discute ações pedagógicas de enfrentamento à homofobia na escola
Evento foi realizado por meio de uma parceria entre as Secretarias da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos e Educação e do Esporte

Marcos Jorge (Agência Alagoas)

Como parte da programação do Mês da Mulher e da Cidadania, foi realizado nesta quarta-feira (28) o seminário Gênero e Diversidade na Escola: Desafios e Perspectivas. O evento ocorreu no teatro Linda Mascarenhas, por meio de uma parceria entre as Secretarias da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos e da Educação e do Esporte, do Conselho Estadual da Condição Feminina de Maceió (Cedim) e do Núcleo Temático Mulher e Cidadania da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
O seminário teve como objetivo refletir acerca das raízes das desigualdades entre homens e mulheres, bem como a compreensão de conceitos necessários à realização de ações pedagógicas de enfrentamento à homofobia a escola. A programação começou com a palestra da assistente social Elvira Barreto Simões sobre o tema Gênero e Diversidade na Educação – Desafios e Perspectivas).
Ela falou sobre a cultura da violência a partir de uma discriminação ético-racial, discriminação contra a mulher e discriminação por orientação sexual. Elvira abordou a procedência histórica desses tipos de discriminação diante do diferente. “Uma sociedade brasileira que foi colonizada por povos europeus e que tem uma cultura judaico-cristã que embasa nossos valores e a moral de convivência do que se chama uma sociedade ocidental”, frisou.

Mesa de palestrantes - Foto de Agência Alagoas

Em seguida, a defensora Pública Daniela Times proferiu palestra sobre Violência Sexista – Impacto da Lei da Maria da Penha. Ela começou falando sobre a questão da violência, alguns princípios que ajudam a pensar sobre o fenômeno da violência. Depois, abordou a violência de gênero, enfatizando a necessidade de se destacar o papel do educador de interferir na construção dessas relações sociais para que a violência de gênero não se perpetue e se mantenha acesa dentro da sociedade.
A defensora falou também sobre os impactos da Lei Maria da Penha e o contexto em que foi implantada na sociedade brasileira. “A educação é a palavra-chave. A gente observa que a violência de gênero vem da própria construção das relações sociais; de como a criança é educada, de como o menino é educado para brincar fora de casa. Como é importante se estabelecer um padrão nas escolas na educação de crianças, jovens e adultos no tocante à repetição de estereótipos”, assinalou.
Na sequência, a mestra em Educação Brasileira Dalva de Oliveira Costa fez uma explanação sobre Gênero e Diversidade no Currículo Escolar. Ela falou a respeito do desenvolvimento de práticas curriculares que respeitem equitativamente a diversidade de presenças no espaço da escola, considerando também de forma equitativa as identidades, a estética, os conhecimentos advindos das raízes dessa diversidade cultural.
“E porque isso não ocorre cotidianamente de uma forma tranquila e até natural. Isso considerando que a gente é uma sociedade historicamente marcada pela riqueza dessa diversidade humana e cultural. Ocorre que não é tão simples assim, pois somos também herdeiros da cultura do patriarcado, da Casa Grande, da Senzala, com tudo que essa metáfora de Gilberto Freire por representar de problemático; isso no tocante aos preconceitos, à discriminação, à exclusão e às desigualdades ainda não superadas”, expôs.
Na oportunidade, a secretária da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos, Kátia Born, foi representada pela diretora de Capacitação, Promoção e Interiorização de Políticas para as Mulheres, Alessandra Torres.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Divulgação: Seminário de diversidade e gênero

Acontecerá nesta quarta, 28/03, um seminário sobre diversidade e gênero, promovido pelo Estado de Alagoas, direcionado a educadores da rede pública de ensino, mas aberto ao público em geral.O evento acontecerá das 09 às 17 horas e terá dois eixos de programação: pela manhã, uma mesa ampla com temas sobre sexualidade de um modo geral e no período da tarde acontecerá a Semana Trans, tratando de temas como homofobia e a diversidade de gêneros dentro do sistema de ensino público. 
Compareçam!

quinta-feira, 22 de março de 2012

II Forpe


II Forpe é injeção de motivação para docentes da 14ª CRE

Diogo Braz

O grande movimento da Avenida Fernandes Lima, no início da noite de 7 de fevereiro, parecia contagiar o Espaço Cultural Linda Mascarenhas, na agitação dos mestres – professores e coordenadores da rede estadual de ensino – todos buscando chegar a um lugar ideal. Estavam ali não para chegar a algum lugar geográfico na cidade, mas com o objetivo de avançar em sua formação, para alcançar resultados mais positivos, idealizados, na rotina de suas profissões. 

Docentes movimentam Espaço Linda Mascarenhas - Foto de Diogo Braz

Tratava-se da segunda edição da Forpe - Formação Pedagógica para Gestores e Coordenadores, promovida pela 14ª Coordenadoria Regional de Educação, da Secretaria de Estado de Educação de Alagoas. O evento teve como tema “A Gestão Democrática e os Desafios Frente ao Cotidiano da Escola” e buscou inserir e promover melhorias para gerenciamento e aprimoramento das unidades de ensino, promovendo formações continuadas de gestores e coordenadores: um esforço para analisar e solucionar problemas da gestão pública. De acordo com a Coordenadora Sandra Valéria Xavier, “A formação continuada visa a construção de uma gestão que possa atuar em prol de uma sociedade menos injusta e mais comprometida com os saberes, ao passo em que promova soluções éticas, pedagógicas e sociais para os problemas enfrentados pelas comunidades no seu cotidiano”, explica Valéria.

Mesa de abertura da II Forpe - Foto de Diogo Braz

Com a presença de diversas representações à mesa de abertura da II Forpe, a ação foi elogiada em discursos que tratavam da realidade do professor em sala de aula. Para finalizar a noite, houve a palestra do professor de Sociologia, Ricardo Oliveira, que tratou do tema “Como Gerir com Autonomia sem Autoritarismo?”. Com oratória fluente e descontraída, o professor deu uma verdadeira aula de motivação aos ouvintes, trazendo exemplos da sua trajetória como aluno e professor.

Evento lotou o Espaço Linda Mascarenhas - Foto de Diogo Braz

Proveniente do ensino público, Ricardo Oliveira falou sobre a necessidade de não se conformar com o sistema burocrático e fazer a diferença, buscando não se abater diante das dificuldades encontradas no ambiente de trabalho, que são muitas. O professor fez questão de ressaltar a responsabilidade dos docentes em cativar os alunos para passar conhecimentos, que não podem ser negados. Ele aproveitou para criticar a postura adotada por alguns profissionais, que negligenciam os discentes criando uma barreira entre professor e aluno. Uma ótima palestra, que serviu para injetar ânimo nos professores, coordenadores e gestores presentes à II Forpe.

terça-feira, 20 de março de 2012

DIVULGAÇÃO: MP3 de Miguel Dias

Miguel Dias disponibiliza MP3
Diogo Braz


O Cantor e compositor Miguel Dias, que lançará seu segundo disco num show em abril, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, disponibilizou MP3 de uma de suas canções para audição. Trata-se de "Sensação", oitava faixa do disco "Vida de Motociclista". A canção é de autoria de Miguel Dias e você pode escutá-la ou baixá-la no link http://www.4shared.com/mp3/s8MazJEJ/file.html? Confira!

quinta-feira, 15 de março de 2012

DIVULGAÇÃO: Miguel Dias lança CD

CD celebra a vida em duas rodas
Diogo Braz


O alagoano Miguel Dias é, antes de tudo, um apaixonado pela vida de motociclista. Compositor e cantor, decidiu transformar em música o seu dia a dia pilotando motos. Entitulado "Vida de motociclista", o disco traz temas habituais para quem é fã do asfalto, como viagens de moto-clubes, amizades feitas na estrada, multas, IPVA, condições das pistas e acidentes de trânsito.
Miguel Dias no processo de gravação de "Vida de motociclista"

Vida de motociclista é o segundo disco de Miguel Dias e será lançado no dia 12 de abril, com um show no Espaço Linda Mascarenhas, a partir das 20 horas.
O artista promete animar o público ao som de canções nos estilos Pop-Rock, Country e Rap.
Para mais informações, (82) 8898-5568 ou (82) 8868-0347.

Miguel canta sobre IPVA, multas e as dificuldades dos motociclistas
*Fotos cedidas pelo artista

Lançamento do disco Vida de motociclista, de Miguel Dias
Dia 12 de abril, às 20 horas, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas

quarta-feira, 14 de março de 2012

DIVULGAÇÃO: Comece a agir #1

Festa traz o engajamento do Rap para o Linda Mascarenhas
Diogo Braz

Dia 25/03, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, vai acontecer a "Comece a agir #1", festa do "Todos Um" que vai trazer uma alternativa para quem busca entretenimento com conteúdo.
Na festa, você poderá conferir apresentações de Rap, discotecagem, break-dance, exibições de vídeos e curtas, oficina de stencil e debate sobre auto-gestão em meios urbanos.Vale conferir!


Comece a agir #1
Dia 25/03, a partir das 14 hs, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas