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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Divulgação: A Maceió que queremos

A cultura que queremos
Agentes culturais se reúnem no Linda Mascarenhas para debater planejamento para a capital alagoana

Diogo Braz, com release

Os sonhos ganham mais força na medida em que mudam de plano: do plano das ideias para o papel, do papel para o debate e do debate para a ação. Quando esses desejos são pensados em conjunto, a chance de que virem realidade é bem maior. Pensando nisso, acontecerá amanhã (28 de novembro), às 19 horas, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, um encontro aberto entre agentes culturais e pessoas interessadas em uma cidade com mais cultura. O encontro está sendo organizado por um grupo de pessoas da sociedade civil que tem se agrupado através do Facebook, plataforma gratuita usada pela maioria das pessoas com acesso á Internet hoje em dia. 

Debate sobre o Memorial Teotônio Vilela : semente do movimento - Foto de Vanessa Mota

Todos devem ter em sua cabeça um ideal de cidade, geralmente melhor que a realidade experimentada pela maioria da sociedade. Tirar esse ideal de uma cidade melhor do plano das ideias e tentar pô-lo em prática é um exercício árduo e quase impossível quando feito no singular. A primeira sugestão que você poderá encontrar nos mais variados manuais de auto-gestão, se é que eles existem, é tentar encontrar pessoas na sociedade com ideais semelhantes aos seus e unir forças para que o seu desejo de viver numa cidade, estado ou país melhor não fique largado nas listas de promessas de políticos em época de campanha.
Foi assim que, em 07 de novembro de 2012, um grupo de pessoas se reuniu sobre o memorial Teotônio Vilela, na Pajuçara, para discutir estratégias para o desenvolvimento cultural local. A reunião foi uma atividade proposta pelo Coletivo Popfuzz e aconteceu dentro da programação do Festival Maionese 2012, com direito à presença do convidado Otto Ramos, membro do Conselho de Cultura do estado do Amapá, que veio falar sobre as experiências de debates e ações culturais naquele estado.

Otto Ramos em visita a Maceió para debater cultura - Foto de  Vanessa Mota

O encontro de amanhã, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas é uma extensão natural desse debate e tem como Norte uma ideia simples: reunir os diversos agentes e movimentos culturais e sociais de Maceió para debater as politicas culturais da nossa cidade e encaminhar ações práticas de mudança. 
As pautas do encontro serão diversas e conduzirão ao mesmo fim: um movimento social das culturas conectando os mais diversos grupos e pessoas que possam construir e colaborar para uma cidade mais próxima do que se deseja e planeja! Traga a sua pauta, a sua ideia e - principalmente - a sua disposição!


Serviço:
O que? “A Maceió que queremos!”
Quando? 28/11/2012
Horário: 19hs
Onde? Espaço Linda Mascarenhas (IZP), Av. Fernandes Lima nº 1047 - Farol 
Informações? 9620-1215 [Tim] | 8709-9684 [Oi]

Confirme presença no evento do Facebook:

Acompanhe as discussões no grupo:

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Arquivo Linda: Roberta Aureliano e Ronaldo Aureliano


O Projeto Linda de Música e Artes Visuais apresentará em dezembro a sua última edição de 2012, com o show da banda alagoana Eek e a exposição In-Divi-Duo, do artista plástico Alan Lima. Você lembra da mais recente edição do projeto com a cantora e atriz Roberta Aureliano e com a exposição em homenagem a Ronaldo Aureliano? Confira abaixo tudo o que rolou e se prepare para a próxima edição do projeto.

Talentosos Aurelianos
Edição do Projeto Linda destaca o talento de pai e filha

Diogo Braz

Cientistas e curiosos buscam saber a origem do talento e até elaboram as suas teorias a respeito do assunto. Muitas delas envolvem o campo da genética e evocam a hereditariedade para explicar que a aptidão para desempenhar bem determinadas tarefas é passada entre as gerações que carregam um mesmo DNA. Quem esteve presente no Espaço Linda Mascarenhas em 21 de setembro para acompanhar mais uma edição do Projeto Linda de Música e Artes Visuais ganhou pistas de que esses cientistas estão certos: A cantora e atriz Roberta Aureliano fez um show repleto de influências herdadas de seu pai, o saudoso poeta e escultor Ronaldo Aureliano, que foi homenageado com a exposição “Casa de mestre”, com peças do acervo da família Aureliano. Um espetáculo para encher os olhos e os ouvidos com o talento passado de pai para filha.

Zabumbando - Foto de Diogo Braz

O mestre Ronaldo Aureliano era dono de um estilo autêntico de fazer arte. Ao transformar sucata em peças de arte que retratam a cultura e o cotidiano regional nordestino, Ronaldo conquistou seu lugar no meio artístico alagoano, respeitado pela originalidade com que transformou peças de metal retiradas do lixo em imagens de sua infância e vida no interior do estado. São peças simples, assim como a vida que ele fez questão de imortalizar em suas esculturas, mas peças extremamente representativas da cultura popular alagoana, em especial de Viçosa, município que foi berço do artista. O artista plástico Denis Matos esteve presente, prestigiando as obras de Ronaldo Aureliano. “Essa exposição veio em tempo, porque era necessário mostrar esse acervo do Aureliano, uma pessoa que divulgou muito Alagoas – inclusive em prédios públicos, como a nossa estação ferroviária. São peças fantásticas, em que ele retratou o folclore alagoano através da reciclagem, se destacando como um dos pioneiros da reciclagem artística do ferro”, elogiou. O ator Alderi Souza também elogiou o trabalho de Ronaldo Aureliano. “Eu fiquei encantado com a forma com que ele construía as suas esculturas: trabalhar o ferro, dar esse formato, essa leveza... É um trabalho que realmente me encantou”, revelou. O artista plástico Jerônimo Miranda também fez coro aos elogios à exposição. “A exposição foi uma bela iniciativa. O Ronaldo não merece ser esquecido, pois ele é um grande talento de Alagoas. Além de mestre, ele é um heroi: ele morreu para salvar alunos para quem ele tentava mostrar que a arte tinha valor, que o povo de uma cidade tem de aprender a valorizar e gostar da arte feita na cidade”, analisou Jerônimo.

Figuras do Folclore - Foto de Diogo Braz

Roberta Aureliano também guarda em sua bússola artística uma forte ligação com suas origens. Acompanhada da banda Flor de Maracujá, a cantora literalmente levou o público para dentro do Espaço Linda Mascarenhas embalando sons e sentimentos a respeito de Viçosa e de uma cultura regional alagoana, mais ligada aos folguedos populares. Na apresentação, houve direito a representações do Guerreiro, Pastoril, Bumba-meu-boi e o Sertão alagoano, assim como a zabumba e o xote.

Arrastando a multidão - Foto de Diogo Braz

O timbre da voz de Roberta carrega em si a verdade da cantora, é uma voz bonita, forte, que tem orgulho do seu sotaque e que aproxima o canto das lavadeiras das vozes da MPB; aquela música feita com o propósito de soar assim, tipicamente nordestina. Roberta tinha uma missão de apresentar as suas influências ao público, e fez um bom trabalho. “Eu achei um momento muito especial, de poder expressar todo o meu carinho e dedicação a um trabalho de pesquisa da música popular alagoana: poder mostrar ao público as composições de mestres de nossa cultura, que devem ser cantadas e ouvidas a qualquer momento. Pra mim, foi especial porque muitos ouvidos puderam assimilar essa mensagem”, avaliou. “Eu fiquei surpresa. Achei que o público recebeu bem o trabalho, estava todo mundo prestando atenção ao que estava sendo mostrado. A mensagem foi passada e o público a recebeu bem. Eu fico grata a todos que compareceram. Parabéns ao Espaço Linda, por estar formando essa plateia maravilhosa”, elogiou Roberta. O diretor musical e integrante da banda Flor de Maracujá, Jaques Setton, também ficou satisfeito com a recepção do público. “A recepção foi ótima, maravilhosa. Nós sempre ficamos em busca de um acorde mais lapidado, de uma harmonia mais trabalhada, e o público respondeu a isso muito bem, e pra gente é um motivo de alegria. A música falou, a arte falou”, avalia o violonista.
Sobre a exposição em homenagem ao pai, a cantora revelou estar emocionada. “É difícil de falar, porque aqui está a minha casa, a casa do mestre Ronaldo que é o meu pai, onde você entra e sente a falta do mestre. Ao mesmo tempo em que vem essa alegria imensa dentro de mim, ao saber que a alma do mestre está viva em cada obra aqui exposta, vem também a tristeza de saber da ausência dele como matéria. Mas a emoção é grande e eu agradeço ao IZP pela oportunidade de trazer a memória do meu pai através deste exposição”, agradece.

Emoção - Foto de Diogo Braz

O show foi carregado de emoção. A lembrança e saudade do pai, falecido há três anos, se fazem presente no trabalho de Roberta, deixando a bonita marca do amor que uma filha sente por um pai. Foi uma noite de homenagem a Ronaldo Aureliano, e o público saiu do show com o sentimento de ter sido presenteado pelo talento da família Aureliano. “O show foi muito bom. Essa concepção da música regional com o trabalho do mestre Aureliano foi muito interessante, é um resgate da música alagoana. Nessa geração a gente tem perdido um pouco essa marca da música que retrata a cultura de Alagoas, então foi um show importante, que fez a gente reviver um pouco da história de um grande mestre de Alagoas através da musicalidade. A arte agradece”, elogiou o comerciante Aldo Gomes. Para a musicista Lucy Muritiba, a valorização da cultura regioal também foi um ponto positivo do show. “Eu achei um show maravilhoso. Já conhecia a Roberta, mas nunca tinha assistido um show dela por completo. Gostei muito do contexto que ela traz, dessa questão da valorização regional mesmo e eu acho que combina com ela, com a personalidade dela, e a banda Flor de Maracujá também foi ótima, foi incrível, adorei”, elogiou. O programador musical da Rádio Educativa FM, Givaldo Kleber compareceu e também aplaudiu o talento de Roberta. “Foi um show muito autêntico, ela é muito preparada. Já está pronta para a estrada, já estamos aguardando ansiosamente pelo disco”, avaliou.

Contato com o público - Foto de Diogo Braz

domingo, 25 de novembro de 2012

Projeto Linda de Música e Artes Visuais Eek e Alan Lima


Projeto Linda de Música e Artes Visuais fecha 2012 com Eek e Alan Lima
Assessoria

 O Espaço Cultural Linda Mascarenhas, chega à última edição de 2012 do já tradicional Projeto Linda de Música e Artes Visuais trazendo o show musical de Eek e a abertura da exposição “In-Divi-Duo”, de Alan Lima. Esta edição do projeto tem data marcada para sábado, 01 de dezembro, às 20 horas, com entrada franca.

Eek
Aquela velha história de amigos que se juntam para formar uma banda continua a ser contada com uma simplicidade que afasta os clichês. Com a Eek não é diferente: Formada por Christophe Lima (bateria), Diogo Braz (voz e guitarra), Leo Tarja-preta Almeida (baixo) e Wagner Sampaio (guitarra e voz), a banda é simplesmente um grupo de amigos fazendo a música na qual acredita.

Eek - Foto de Wilma Arruda
A Eek vem mantendo uma agenda frequente de apresentações. Já levou sua música para palcos do Nordeste, participando de eventos importantes do cenário musical independente, como os festivais Grito Rock 2011 (Fora do Eixo), Maionese, Rock Cordel Maceió (BNB), Festival da Canção Independente (BNB), Femusesc (Sesc); e projetos de destaque como o Teatro Deodoro é o Maior Barato (Secult-AL), Palco Aberto, Maceió Viva Cultura (Prefeitura de Maceió), Música em Pauta (Sesc-AL), Noites Fora do Eixo (Fora do Eixo). Além disso, a banda organizou sete edições do festival InTR3Sessões, em parceria com o SESI-AL.

Rock sem rótulos - Foto de Eek na prática

Recentemente, a Eek participou do disco Pelos Trópicos, da cantora paulista Andréia Dias, na faixa A vida é bela. O disco, gravado em diversas cidades do Brasil, contou com a participação de vários artistas independentes e tem lançamento previsto para o início de 2013.
Depois de ter esgotado a tiragem inicial de 1.500 cópias de seu disco de estreia em pouco menos de um ano de vendas em shows, a banda se prepara para gravar seu segundo disco. No show que a Eek apresentará no Projeto Linda de Música e Artes Visuais vai mostrar algumas músicas que devem entrar nesse próximo disco.

 Alan Lima
Alan lima é um artista autodidata e versátil. A paixão pelo desenho fez com que estudasse edificações e desenho técnico. Nesse período de formação profissional, conhece a técnica do airbrushing nas artes plásticas. Com pesquisas e estudos práticos adquiriu a habilidade do grafitti e usou esses elementos para criar o seu estilo para compor suas obras de pintura. Alan não se limita às telas, sua arte ganha mais vida em paredes, fachadas e no ambiente urbano, podendo ser conferidas em diversas paisagens de Maceió.

Alan Lima - Foto de divulgação

Na adolescência, Alan manteve contato permanente com desenhos e referências culturais, envolvendo-se dentro de um contexto de participação de ações, que proporcionaram uma alfabetização cultural a serviço da pintura. Criou o primeiro atellier estúdio arte grafitti de Maceió, que funcionou de 2002 à 2004,  no centro da cidade, e posteriormente no bairro do Pontal da Barra, envolvendo-se com a comunidade que respira arte e que o ajudou a adquirir reconhecimento e experiências.

Alagoas em cores - Foto de divulgação

Além de ter participado de diversas mostras e projetos culturais, Alan também realizou oficinas de desenho e grafitti, em encontros universitários, em capacitações de professores da rede pública de ensino e outros.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Divulgação: Espaço Linda no Alagoas em Cena 2012

Espaço Linda Mascarenhas apresentará dois espetáculos do Alagoas em Cena 2012
Cia. Ganymedes e Cia Teatro da Meia-Noite estarão no palco do Linda Mascarenhas

Diogo Braz

As cortinas do teatro alagoano estão abertas, está acontecendo a primeira Mostra de Teatro Alagoano - Alagoas em Cena 2012. Desde o dia 12 de novembro estão sendo apresentados espetáculos em diversos palcos da cidade de Maceió, com direito a uma etapa com apresentações no interior do estado. Entre esses polos de apresentação está o Espaço Cultural Linda Mascarenhas, que vai apresentar em seu teatro os espetáculos "As muitas últimas coisas", da Cia. Ganymedes, às 19:30hs do dia 22 de novembro, e "Marina - Uma história de cordel", da Cia. Teatro da Meia-Noite, às 19:30hs do dia 25 de novembro, ambos com entrada gratuita.
O projeto pretende apresentar uma visão ampla e atual da produção do teatro no estado e conta com a participação de 14 espetáculos de companhias e grupos de teatro alagoanos selecionados. Além das apresentações, acontecem também oficinas e debates destinados aos grupos participantes.



As muitas últimas coisas
Em “As muitas últimas coisas” somos apresentados a quatro personagens que vivem confinadas, distantes do mundo exterior. Ora loucos, ora apenas solitários. Acende ou apaga a luz? Questionam as personagens, num movimento que vai da razão à desrazão. Vai queimar a luz. Essa é a sentença que se impõe. Isoladas, e com as forças que lhes restam, elas se agarram febrilmente ao que têm, mesmo que tudo o que lhes tenha sobrado seja apenas fruto de sua imaginação.

Marina - Uma história de cordel

"Uma história vou contar. Prestem muita atenção! 
Marina era uma moça muito rica e educada,
O pai dela era um coronel de uma família ilustrada.
Mas ela amou Alonso, um pobre que não possuía nada."
O verso fala o mote do espetáculo, que fala do amor proibido de dois jovens e suas aventuras para poder concretizá-lo. 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Divulgação: Ricardo Santana

Um banquinho, um violão...
Ricardo Santana apresenta clássicos da Bossa Nova em show no Linda Mascarenhas

Diogo Braz

A música não tem fronteiras, mesmo que haja certa influência geográfica no fazer música, algo no sotaque, alguma coisa do ritmo da cidade onde se vive impregnada na música que se faz. A Bossa Nova do maceioense Ricardo Santana é um exemplo disso: há um quê de Maceió na forma de executar os acordes dissonantes de clássicos cariocas de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Edu Lobo, Newton Mendonça, Carlos Lyra, Aloysio de Oliveira, Baden Powell, Dolores Duran, Ronaldo Bôscoli, Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle e tantos outros que cantaram sobre as praias de Copacabana e Ipanema, a boemia da Lapa e sobre as mulheres do Rio de Janeiro. Mesmo afastada geograficamente das areias de Pajuçara, a Bossa Nova proposta por Ricardo Santana, em tom de homenagem a esses grandes compositores, encontra eco na vida cultural da capital alagoana.
Pensando nesse público admirador da boa Bossa Nova, Ricardo vai apresentar um seleto repertório em homenagem aos grandes nome do estilo em um show carregado de emoção e coração, no dia 17 de novembro, às 20 horas, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas.
Ingressos e mais informações, pelo telefone 8829-5290

No melhor estilo da Bossa Nova - Foto de divulgação

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Arquivo Linda: Renan Inquérito #Poucas Palavras

Em passagem por Maceió, para lançar seu livro #PoucasPalavras, o MC, escritor, poeta e educador paulista Renan Inquérito, homem de frente do reconhecido grupo Inquérito, aproveitou para bater um papo franco e produtivo com o público, legítimo representante do movimento Hip Hop em Alagoas. Entre MCs, Djs e admiradores do estilo, os MCs Renan Inquérito e Pop Black, o fotógrafo Márcio Salata e o viodeomaker Vras77 falaram sobre carreira, movimentos sociais, educação, construção de cena e muita poesia. Vale conferir, logo abaixo, o texto sobre a passagem dessa turma pelo Linda Mascarenhas. 

Poucas palavras, muitas ideias!
Renan Inquérito lança livro e bate papo produtivo com o movimento Hip Hop alagoano

Diogo Braz

É um ditado antigo, mas que não perdeu a sua atualidade: Palavras têm poder e geram vida. Aquelas que brotam da cabeça do multidisciplinar MC Renan Inquérito operam  verdadeiras transformações sociais. Engajado no movimento do Rap paulista, Renan transformou-se em uma figura conhecida em todo o cenário nacional, junto ao seu grupo Inquérito, e levou a sério aquilo que canta em suas letras, pregando a conscientização e a transformação social através da arte. Participando de diversos projetos sociais, Renan viu na poesia não somente uma forma de expressão, mas também uma ferramenta para socializar, informar e transformar. Em pouco tempo, as bases do Rap ficaram pequenas para a palavra e Renan então escreveu seu primeiro livro, #PoucasPalavras, lançado em Maceió, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, em 24 de setembro de 2012.

Poesia é ferramenta de transformação - Foto de Diogo Braz

Num bate papo descontraído, repleto de declamações, Renan e sua crew desmitificaram a poesia e a apresentaram como uma ferramenta para transformações. Falando sobre suas experiências no palco e desenvolvendo oficinas de Literatura com públicos excluídos ou à margem da sociedade, Renan conseguiu estabelecer uma boa conexão com a plateia, botando todo mundo pra declamar poesia e cantar diversas rimas. O público compareceu em massa e participou também com perguntas e depoimentos, numa noite altamente produtiva para o movimento Hip Hop de Alagoas.
Um dos realizadores do evento, Toni Melo, acredita que o Inquérito tem um discurso alinhado com a realidade também de Alagoas, e que o evento foi uma oportunidade de contribuir para a cena alagoana. "Todo ano a Comando Alvirrubro (torcida organizada do time de futebol CRB) realiza a sua festa de aniversário, com atrações culturais que têm a ver com algum tema proposto. Este ano, o ano de centenário do nosso clube, o tema é 'mudança', 'transformação', e o Inquérito condiz muito com esse tema, com essa transformação que a gente pensa", explica. "O Inquérito fala também sobre a nossa realidade, a gente se enxerga na música do Inquérito e todo mundo gosta do som dos caras", resume.

Debatendo o Hip Hop - Foto de Diogo Braz

Para Renan, sua visita a Maceió teve saldo positivo. "Hoje rolou um bate-papo muito bom com a galera de Maceió. A gente falou sobre o envolvimento do Hip Hop com a política, sobre a politização do movimento, as relações sociais do movimento, e sobretudo sobre poesia. A gente recitou poesias, cantou algumas letras; a rapaziada participou, perguntou, foi muito louco, uma troca de conhecimentos", comemora. "Além do lançamento do livro, o show também foi 'mil graus', tocamos pra cerca de três mil pessoas. Foi uma grande satisfação estar aqui pela primeira vez em Maceió, com muito Hip Hop, Literatura, Poesia e acima de tudo atitude, fazendo mudança", avalia Renan.
Uma noite inspiradora para o movimento alagoano, que pode conversar abertamente com um ativista da cena nacional, que ainda mostrou a importância da união e harmonia para a construção de um cenário forte para os MCs e DJs alagoanos. "O movimento em Alagoas é forte, mas ainda tem muito o que crescer. Eu conhecia pouco, mas hoje fiz várias conexões e amizades, e torço para que o movimento de Alagoas cresça, se profissionalize e se qualifique cada vez mais, para mostrar pro Brasil a cara alagoana do Rap. Aqui é a terra da liberdade, é a terra de Zumbi, então aposto que daqui vão sair vários MCs 'da hora', vários guerreiros", torce Renan Inquérito.

Contato direto com a cena alagoana - Foto de Diogo Braz

O fotógrafo Márcio Salata, que veio com Renan a Maceió para registrar toda a movimentação do Inquérito, também acredita que o momento é de crescimento para a cena Hip Hop alagoana. "É minha primeira experiência em Maceió, eu gostei muito da cidade, vi uma diversidade muito grande tanto financeira quanto de beleza e eu acho que as pessoas estão abrindo a mente", analisa. Márcio também acredita que a poesia é uma ferramenta para diminuir essa disparidade social. "Nós temos um HD infinito na nossa cabeça, e a leitura é informação que não ocupa espaço. Cultura e conhecimento não ocupam espaço, e as pessoas têm de se fortalecer nisso: leiam bastante. O Ferréz (poeta paulista) disse uma vez que, quando o Renan começou a ler mesmo, ele se transformou num melhor letrista e num melhor poeta. Eu concordo com isso. A melhor maneira de derrubar esses que estão tentando nos derrubar é ler, fortalecer o conhecimento, estudar e estudar para podermos mudar o que está errado por aí", aconselha. 
O público saiu do bate papo com mais gás para injetar em sua jornada de conscientização e participação na sociedade. O MC Basquete, do Grupo de Rap Raciocínio Agressivo, aprovou o encontro. "Eu acho que o que a gente mais precisa na periferia é informação! E o Inquérito foi perfeito em relação a trazer informação para a gente. A gente não tem esse tipo de tempo pra trocar uma ideia, discutir alguma coisa, saber mais sobre algum assunto... é difícil, o que a gente vê é só crime. Foi um evento muito bom, bem produtivo, todo o tipo de informação é bem vinda e serve para influenciar o nosso trabalho como MC, a gente colhe da melhor forma para poder passar para as pessoas. Eu gostei muito", elogia. 

O final de uma noite muito produtiva - Foto de Diogo Braz

O fotógrafo Márcio Salata deixa Maceió com um prognóstico positivo. "Eu percebi que o pessoal aqui está se politizando. É algo que começa pequeno, mas que lá na frente pode ser muito grande", avalia.
Para saber mais sobre a passagem do Inquérito por Maceió sob o ponto de vista do próprio Inquérito, acessem: 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Arquivo Linda: Cris Braun e os Fabulosos


A cantora e compositora gaúcha/alagoana Cris Braun é uma das atrações do Festival Maionese2012, que acontece hoje e amanhã, no Jaraguá. Acompanhada de sua banda, Os Fabulosos, Cris está com um show afiadíssimo, que ela apresentou pela primeira vez no palco do Espaço Cultural Linda Mascarenhas. O show aconteceu no último dia de agosto, movimentando a cena cultural de Maceió. Lembre como foi e saiba mais um pouco do que lhe espera no Maionese.

Noite fabulosa com Cris Braun
Cantora lança seu mais novo disco em show memorável no Linda Mascarenhas

Diogo Braz

Uma rápida busca pelos dicionários virtuais nos mostra que fabuloso é um adjetivo que concerne ao legendário, às narrativas criadas pela imaginação; também relativo ao que é tido como ótimo; excelente, fantástico. Nada poderia soar mais pertinente que esta palavra para definir o universo artístico de Cris Braun neste momento. Após lançar o elogiado disco Fábula, Cris agrupou um seleto time de músicos e os batizou com o cognome Os Fabulosos, ensaiou mais de três meses e apresentou sua nova obra ao vivo, pela primeira vez, em um show igualmente fabuloso no Espaço Cultural Linda Mascarenhas. Fabulosa Cris Braun!

Bonecos cubistas - Foto de Diogo Braz

A noite começou com a abertura da exposição “Mínima Orquestra”, que apresentou bonecos cubistas da artista plástica Silvana Mattos, baseados em desenhos de Picasso. O nome da exposição remete ao trabalho musical que a cantora desenvolveu com o guitarrista Toni Augusto e os bonecos deixaram o espaço com o visual lúdico perfeito para a noite.
Outro atrativo da noite foi a exibição do documentário “Memórabilia – Sex Beatles”, dirigido pelo cineasta Marcelo Martins e então inédito em Maceió, que contava a história da cultuada banda Sex Beatles da qual Cris foi vocalista no início dos anos 90. No documentário, pode-se ver o depoimento de figuras importantes do chamado Rock BR dos anos 80, que acompanharam de perto a trajetória da banda.

Fabulosos - Foto de Diogo Braz

O ápice da movimentada noite, no entanto, foi o show de Cris Braun e Os Fabulosos. Com uma entrada original, a cantora cativou o público desde o princípio, apresentando releituras de seu próprio trabalho, sob a sonoridade dos fabulosos Fernando Coelho (bateria), Eduardo Bahia (guitarras, baixo) Dinho Zampier (teclados, baixo), Aldo Jones (guitarras, baixo). No repertório, jóias de toda a carreira de Cris, com destaque para as brilhantes composições de Fábula. Houve espaço também para homenagear compositores como Júnior Almeida e Wado, que estavam presentes entre o público. Um show pensado e ensaiado, mas sem perder a espontaneidade e diversão. Cris tem voz, carisma e uma presença de palco espirituosa, desapegada, o que por si só já garante um bom espetáculo. 
A veia roqueira da cantora e de sua banda ampliou os horizontes de sua música para sons e timbres atuais, dando ainda mais vitalidade aos acordes de sua Música Popular Brasileira. O baterista Fernando Coelho explica o processo de construção dessa sonoridade. “Mesmo antes de reunir a banda e montar o show, a Cris tinha o desejo de não repetir os arranjos. Por isso, decidimos não utilizar programações e imprimir a nossa personalidade musical às composições”, explica. “Ela nos deu liberdade, embora sempre soubesse o tempo inteiro o que queria para cada música. Os ensaios duraram cerca de três meses, com alguns intervalos. Chegamos a ensaiar seis horas por dia. E o resultado foi exatamente o que se viu no show. Nós sabíamos dos riscos, afinal, na maioria das músicas do disco nós fizemos as nossas próprias versões. Sabemos que Cris Braun tem uma musicalidade abrangente, mas a banda tem um pé no rock e tentou, na medida do possível, apresentar uma sonoridade mais ampla. O público foi incrivelmente generoso e o clima no palco ficou num misto de concentração e descontração”, avalia.

Cris Braun e os Fabulosos botaram todos de pé - Foto de Diogo Braz

Um elemento interessante do show foi o revezamento de instrumentos entre os músicos, dando uma dinâmica interessante e mostrando toda a versatilidade desse dream team. O guitarrista Aldo Jones aprovou o esquema. “Nós não colocamos nenhum baixista na banda. Conforme a necessidade, fomos vendo quem encaixava melhor na pegada da música e acho que ficou perfeita a divisão”, avalia. “Para mim, foi muito natural esse lance de revezar guitarra e baixo. Na verdade, depois q peguei o embalo deu vontade de tocar baixo o show todo. É diferente, muito massa”, explica.
Cris também gostou do resultado da apresentação. “Eu amei o show, nunca vi tudo dar tão certo numa estreia! Acho que as pessoas estavam felizes e envolvidas. Ensaiamos por meses, resolvi dar um clima alive ao disco, sem seguir o padrão de reproduzir 100% os timbres e arranjos. Então, temos um som de banda. O público deu uma resposta maravilhosa para o nosso som, foi ótimo”, avalia a cantora.
O público também aprovou, lotando o teatro e sendo participativo. “Eu achei o show bem bonito, adorei o disco e o show é uma outra peça que mostra a Cris mais dentro de uma banda (Os Fabulosos) com referencias de 80 e 90 e com desdobramentos pros anos 10 – que são em si releituras destes períodos. Achei super divertido e surpreendente por ser assim: 80, 90 e 10 ao mesmo tempo”, elogia o cantor e compositor Wado, que tem duas músicas suas gravadas por Cris Braun em Fábula.

Noite de Fábulas - Foto de Diogo Braz

A fotógrafa Bárbara Pacheco também elogiou a apresentação. “O show foi uma surpresa muito boa pra mim, que nunca tinha visto uma apresentação dela, tinha escutado apenas algumas músicas. O que mais me chamou atenção mesmo foi a voz forte, personalidade musical bem definida, a presença de palco marcante, a variedade das letras e ritmos das músicas que compõem o Fábula, a troca de energia intensa com o público. Eu, particularmente, saí com boas energias do teatro, que tava lotado de gente de diversas faixas etárias. Achei tão bom que o tempo passou rápido e o show pareceu um pouco curto”, avalia Bárbara.
Quem perdeu o show de estreia de Fábula ou mesmo aqueles que desejam viver novamente essa fabulosa experiência não pode deixar de conferir o show da cantora na segunda noite do Festival Maionese 2012. O festival acontece nos dias 09 e 10 de novembro, no Armazém 112 - Av. Walter Ananias (Antiga Av. Maceió) – Jaraguá. Vale conferir!