Ads 468x60px

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Números

Números para sorrir
Diogo Braz

Um simples gesto com as mãos, uma queda encenada no melhor estilo da comédia pastelão ainda são bem eficientes no momento de fazer sorrir. Mesmo em tempos da piada mais elaborada, dos stand-ups e de um público cada vez mais exigente, um sorriso no palco parece sempre conseguir uma reciprocidade na plateia.
Realizado pelo Instituto Zumbi dos Palmares em parceria com a Cia. Os Geraldos, de Campinas-SP, o espetáculo Números segue por uma linha próxima ao circo, ao teatro mambembe e às antigas comédias, onde se jogavam tortas nos rostos dos humoristas e se arrancava mais sorrisos pela expressão facial e pelos trejeitos corporais que pelo texto.


O texto é apenas o polimento da ação - Foto de Diogo Braz

Em duas apresentações no Espaço Linda Mascarenhas (dias 30/11 e 01/12), a Cia. Os Geraldos conseguiu levar um bom público para conferir o espetáculo Números, que tem mais de três anos de existência e já passou por mais de 25 cidades no Brasil, e em países como o Peru, sempre apresentando uma fórmula simples de cativar a plateia. São personagens caricatos, caracterizados como palhaços, que apresentam números circenses num cenário minimalista e funcional. Números acaba tendo forte apelo entre crianças e adultos com disposições a um programa leve, de comédia menos escrachada. “Este espetáculo surgiu do desejo de falar para um público que fosse ‘geral’, que não tivesse nenhuma restrição cultural ou econômica. Nós (a companhia) somos egressos da academia, da Unicamp, então nós percebemos que o fazemos tem muito da erudição acadêmica, e nós não queríamos que isso ficasse aí, nós queríamos trabalhar com essas ferramentas que nós conquistamos com a nossa formação, mas também atingir um público popular. Então aí a comédia, a tradição circense, as coisas foram se juntando e no final essa mistura foi dando um sentido ao espetáculo”, explicou o ator Douglas Novais, que interpreta o peculiar mestre de cerimônias Cícero, que entrecorta os números e cenas com seu acordeom incansável, remetendo o público a realejos e ao universo dos pequenos circos e espetáculos andarilhos.


Números que fizeram a alegria do público - Foto de Diogo Braz

O público recebeu bem a proposta de imersão nesse universo e mergulhou no espetáculo, aplaudindo de pé os jovens atores. A fotógrafa Jéssyka Soares elogiou: “Eu achei muito divertido, criativo e inteligente”, avaliou. A mestranda Manuela Kaspary gostou tanto que recomenda que as pessoas levem suas crianças para verem o espetáculo. “Eu achei ótimo, foi super divertido. É um espetáculo de ótima qualidade, do som à escolha dos números. Mesmo sem ser direcionado totalmente pras crianças, é muito alegre, alcança todos os públicos. Eu trouxe o meu filho e recomendo que as pessoas tragam os seus, ele adorou!”, aconselha. A psicóloga Cristina de Macedo ressaltou a leveza artística o grande trunfo da peça. “Eu acho que o que os meninos fizeram é arte, porque você esquece do peso da existência, como diz Ítalo Calvino, e voa, voa com uma leveza... Eles conseguiram colocar o cômico com pitadas de amor e ternura, foi muito bonito o espetáculo, está lindo!”, elogiou.


Cia. Os Geraldos para o público geral - Foto de Diogo Braz

Para o grupo, o contato com os maceioenses também foi muito positivo. “Eu acho que esse espetáculo tem a cara do público nordestino, que é um público evidentemente espontâneo, que quer e sabe se divertir. Então eu acho que poder apresentar o espetáculo aqui foi um brinde a essa alegria, que tem um sentido, que não é uma comédia rasa ou forçada. Foi muito bom encontrar esse público de Maceió, e a gente estava muito ansioso pra encontrar esse público depois de passar por tantas cidades do interior e outros países. Faltava aqui pra gente, portanto foi muito especial e marcante na nossa trajetória”, comemora Douglas.


Público aplaudiu de pé - Foto de Diogo Braz

A qualquer momento, o sorriso sempre deve ser encarado como um ótimo convite para a alma, seja através de um diálogo, uma piada ou pela simplicidade de outro sorriso.

0 comentários:

Postar um comentário