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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Show e debate de Rap com Versu2 (BA) e A.S.U. (AL)


Rap ilumina mentes em noite de blackout


Diogo Braz

Noite do dia 3 de agosto de 2011: Uma noite em que problemas técnicos e blackout não apagaram o brilho do Rap independente. Organizado pelo Coletivo Popfuzz, o encontro entre o grupo de rap baiano Versu2 e os alagoanos do A.S.U. tinha a proposta de debater o Rap e as culturas Hip Hop e Indie, bem como apresentar o Circuito Fora do Eixo para os Rappers e o público alagoano por meio das batidas e rimas.
O público compareceu em massa. Pouco a pouco, as cadeiras do Espaço Cultural Linda Mascarenhas foram completamente ocupadas, principalmente por jovens interessados no intercâmbio cultural e na discussão sobre a cena musical local. O debate acontecia cheio de ideias e interação do público, até que Maceió inteira foi tomada por um blackout elétrico de mais de uma hora de duração. Mesmo sem potência na rede elétrica, a energia do público superou esse obstáculo e ele aguardou pacientemente até que tudo voltasse ao normal.


Will Grind e Blequimobiu (Foto de Gabriel Passos)
MCs trocam ideias e experiências com público

Com o imprevisto, a montagem da aparelhagem de som foi recheada de problemas técnicos com a instalação elétrica do Espaço Linda Mascarenhas, problemas que atrasaram um pouco mais a realização do show dos dois grupos... Mas o público permanecia lotando as cadeiras do Linda Mascarenhas. Com tantos problemas, a noite que tinha tudo para dar errado, serviu para mostrar a resistência da cultura independente em geral: Os rappers não se abateram, mantinham o entusiasmo e a superação desses obstáculos deu a eles uma força ainda maior para fazer uma apresentação à altura da espera no final da noite. “Se desse tudo certo, não teríamos história pra contar. Imaginou? ‘– Fomos em Maceió, tocamos e depois partimos pra Recife’. O bom é ter história: ‘Fomos em Maceió, na hora do show a cidade apagou, deu problema no som do teatro, o cara foi buscar outro som, mas a gente conseguiu tocar e deu tudo certo. Foi ótimo’. É história pra contar!”, contemporizou o MC Blequimobiu, do Versu2, enquanto o elétrico MC Will Grind, do A.S.U., andava de um lado para o outro conversando com o público presente, sem se abater com os contratempos.
Também pode-se perceber a persistência empreendedora dos organizadores do evento, o Coletivo Popfuzz, que tem movimentado a cena cultural independente de Alagoas. Telefones em punho, os “Popfuzzers” não reclamavam da sorte, mas buscavam soluções para os problemas que surgiam e, no final da noite, assim como os rappers do A.S.U. e do Versu2, puderam colher o sucesso de mais uma empreitada. “Não tem problema, ninguém podia prever essa pane de energia. O importante é que as pessoas compareceram e gostaram do debate e dos shows. É importante para mostrar que há um público interessado em Rap aqui em Alagoas. Veio um pessoal de longe, uma van de União dos Palmares, inclusive com os secretários de Cultura e da Juventude de lá. Isso demonstra um interesse das pessoas pela cultura independente”, falou Luiz Roberto Farias, um dos membros do Coletivo.
O público reconheceu a importância do Rap estar em debate no palco do Linda Mascarenhas e mostrou o interesse em discutir os rumos desse estilo musical carregado de consciência. Rimas cortantes que atingiam fundo as mazelas sociais de um país que ainda está se acostumando ao estilo.


Versu2 em ação

Com o microfone nas mãos, os MC’s Coscarque e Blequimobiu, do Versu2, soltavam rimas perfeitamente combinadas com as bases do DJ Gug: Um som feito para dançar e pensar. Ao contrário do estereótipo de letras violentas, o Versu2 traz uma visão consciente do cotidiano urbano, sobre emoções, anseios, paz, amor, diversão e conhecimento. O grupo está em turnê pelo Nordeste e, depois de cumprir bem o seu dever em Maceió, segue a caminho de Recife para mostrar o seu som e sua verdade.
Já com a rima mais solta, os MC’s Will Grind e Allan FDC, os Anônimos da Sociedade Underground (A.S.U.) rimaram sobre política, skate, educação e cidadania, mostrando que o Rap alagoano está desenvolvendo seu cenário com qualidade de sons e palavras. Para a penúltima música, convidaram ao palco o MC Raboo, do grupo Clandestinos, e deixaram a boa impressão de um movimento que se constrói nas parcerias e na união. Vida longa ao Rap alagoano.


A.S.U. e MC Raboo: União da cena Rap em Alagoas

Com o término bem depois do previsto, o público que ficou até o final do evento pode presenciar uma noite emblemática do Rap em Maceió, em que o “apagão” energético não apagou as ideias de um movimento cada vez mais dentro do circuito, aproximando as margens do centro.


Veja como foi o evento:



Para conhecer mais:
Coletivo Popfuzz: http://popfuzz.com.br/

*Fotos: Gabriel Passos (P&B) e Diogo Braz

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