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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Lançamento do EP Estação, do Projeto Sonho

Música instrumental tem noite dos sonhos no Espaço Linda Mascarenhas

Diogo Braz

Geralmente, a música não precisa das palavras para comunicar suas intenções ao público. Todos entendem a rebeldia carregada num solo distorcido de guitarra: em maior ou menor intensidade, o som fala aos sentidos. A música é uma linguagem universal, seja a canção em português, inglês, ou simplesmente uma peça instrumental. No dia 27 de dezembro de 2011, a banda alagoana Projeto Sonho subiu ao palco do Espaço Cultural Linda Mascarenhas para lançar seu primeiro EP, Estação, e dar uma aula do idioma musical.


Projeto Sonho em ação - Foto de Diogo Braz

Na estrada desde 2008, o Projeto Sonho desenvolve um trabalho de música instrumental que mescla elementos do chamado Post-Rock e outros gêneros musicais. Inicialmente formada pelos jovens músicos Gabriel Cerqueira (guitarra); Ítalo Bruno (bateria); Victor Caesar (guitarra); e Hugo Lyra (guitarra), a banda se transformou num quinteto com a entrada de Victor de Almeida (baixo, teclado e escaleta), ampliando ainda mais o espectro do seu som, principalmente ao vivo. “O show deles é muito legal. É um sonho mesmo! Um tipo de som que honra a bandeira da música instrumental, e agora com a presença do contra-baixo ficou ainda melhor. Não que o som fosse incompleto antes, mas as freqüências graves do baixo ajudaram a ampliar o som deles“, avaliou o guitarrista Toni Augusto, que prestigiou a noite de lançamento de Estação.


Som instrumental acessível ao público - Foto de Diogo Braz

O Projeto Sonho faz um som sinestésico, que leva o ouvinte mais atento a uma viagem por sensações, com arranjos que criam ambiências e constantes referências a imagens. Com grande prestígio no cenário cultural local, a banda levou ao seu show um público que lotou completamente o Espaço Linda Mascarenhas. “Nós ficamos surpresos pela quantidade de pessoas que veio pro show hoje. Fizemos pouca divulgação, mais pelas redes sociais e conseguimos lotar o teatro. Acho que a galera, agora, está tendo um ouvido mais aberto, está querendo explorar sons mais diferentes, já que na cidade existe muita coisa parecida. Eu acho que a música instrumental está tendo uma aceitação legal”, avaliou o guitarrista Hugo Lyra.
O show começou com “Tormenta” e demonstrou uma banda mais madura no palco, com mais ritmo de show. O público aprovou. Para a fotógrafa Renata Baracho, os músicos mostraram uma grande evolução. “Eu achei muito bom e principalmente – comparado a outros shows que eu já fui da Projeto Sonho – porque houve, ao meu ver, uma mudança muito grande na banda, pra melhor. Eles adicionaram elementos que contribuíram muito pro som da banda, que está bem mais desenvolvido e mais energético. Eu adorei, foi uma experiência muito legal, um show bem intenso”, elogiou Renata.


Show intenso e surpreendente - Foto de Diogo Braz

O show contou com a participação especial da conceituada violoncelista Miran Abs, de percussionistas do grupo Baque Alagoano e de Bruno Pereira, vocalista da banda Além de nós, que tocou baixo em uma das faixas do show. O guitarrista Victor Caesar explica o porquê das parcerias no palco. “Antes mesmo de começarmos a ensaiar, planejamos fazer algo diferente. As parcerias foram surgindo, por conta das afinidades e da qualidade deles: a Miran Abs é incrível, a gente sempre admirou e acompanhou a carreira dela; o Baque Alagoano está sempre se destacando em apresentações em festivais e shows; O Bruno Pereira é nosso parceiro; foi legal contar com todo esse pessoal no palco”, revela.


Projeto Sonho e Miran Abs - Foto de Diogo Braz

Para a jornalista Luciana Buarque, as participações abrilhantaram ainda mais o show. “Quase chorei com a participação linda das meninas do Baque (Alagoano). Não é a primeira vez que eu venho a um show do Projeto Sonho e eles ainda me surpreendem. Eu digo sempre que eles devem colocar a mochila nas costas e partir pra fazer trilha pra cinema: o som deles é incrível”, elogia Luciana.


Projeto Sonho, Bruno Pereira e Baque Alagoano - Foto de Diogo Braz

Para o guitarrista Gabriel Cerqueira, o show foi inesquecível. “Essa foi uma das melhores noites da minha vida, porque é muito recompensador você compor, trabalhar e depois de alguns shows você ver um teatro assim lotado de pessoas pra ver um show seu... Eu não estou ‘me achando’, entende? Mas foi lindo”, confessa o músico.
Victor Caesar também avaliou o show como memorável. “É difícil falar logo após o show, mas eu acho que foi o melhor show em que eu já toquei. Foi muito sentimento, o que nós recebemos dentro do palco e do público foi inesperado e uma coisa muito boa”, comemora.


Destaque para as guitarras - Foto de Diogo Braz

 O público parece ter realmente aprovado o novo trabalho do quinteto: os elogios ecoavam entre a plateia, repleta de músicos, fotógrafos, jornalistas e pessoas interessadas em cultura. Para o baixista Bruno Rodrigues, da banda Gato Zarolho, a apresentação serviu para encerrar bem o ano de 2011. “Foi um show maravilhoso! Nesses últimos dois anos eu vi uns três ou quatro shows deles, mas o de hoje foi muito especial. Eu acho que fechou o ano com louvor! As participações de outros artistas, o clima todo do público, e deles mesmos no palco, a execução, foi tudo belíssimo”, comentou Bruno.
Para o músico da banda Nós, os Diletantes, Marcos Lopes, o Projeto Sonho está colhendo os frutos da experiência. “O show me surpreendeu positivamente. Eu já conhecia a banda, mas hoje eles mostraram mais maturidade. Eu percebo, a cada show que eu vejo, que eles estão se superando. E o som... Sem palavras, eles são muito bons”, elogia.


Público lotou o Linda Mascarenhas - Foto de Diogo Braz

 O cantor e compositor Júnior Almeida, pai do guitarrista Gabriel Cerqueira, estampava um sorriso orgulhoso na plateia. “Foi um show muito bom. É um caminho, um trabalho que tem um enorme potencial, e talvez a melhor coisa deles até agora. São autorais, estão criando, fazendo música e apontando pra um caminho diferente: uma vertente da música instrumental com a característica de ser acessível ao público, de a gente poder ouvir sons que a gente tem saudade, é um casamento de coisas que faz um bem danado”, elogiou Júnior.

Estação, o EP

O primeiro EP do Projeto Sonho, chamado Estação, já está disponível para download gratuito no site da banda desde o início de janeiro de 2012 e conta com cinco composições que marcam, como eles mesmos definem, a primeira fase do grupo. O lançamento do disco foi feito em parceria com os selos Popfuzz (AL) e Sinewave (SP) e promete despertar a atenção de público e crítica em 2012.
“A gente levou um ano pra gravar e há uns seis meses começamos o processo de mixagem, com o TUP (Pedro Ivo Euzébio, produtor). Esse processo de mixagem deixou o EP com uma cara diferente, porque nós regravamos muita coisa que tínhamos feito antes, então o disco mudou bastante na etapa final. O EP que a gente está lançando agora está bem diferente do trabalho que a gente vinha apresentando”, revela Gabriel Cerqueira.


Estação agradou ao vivo - Foto de Diogo Braz

Sobre o conceito do EP, Gabriel explica que a intenção foi representar um ciclo natural das coisas. “A ideia foi mostrar algo da destruição à vida: uma coisa que já começa destruída, na primeira faixa do EP, e que vai nascendo aos poucos. As composições foram feitas ao longo de dois anos e são todas da banda”, explica.
O Projeto Sonho está otimista em relação ao disco. Para Victor Caesar, as expectativas são boas. “Eu espero que continue assim, melhorando; que a gente continue sentindo o que a gente sente, porque o que a gente toca é o que a gente sente, entende? A gente tenta passar para as pessoas o que a gente está sentindo mesmo. E eu não sei se para o público a gente consegue, mas eu sei que pra gente, a gente consegue”, revela Victor.
Quem quiser conhecer mais sobre o Projeto Sonho e baixar o disco para conhecer o som do grupo, basta acessar o site http://www.projetosonho.com.br/ ou o myspace http://www.myspace.com/projetosonho e se preparar para uma viagem pelo mundo onírico do Projeto Sonho, em bom e claro idioma musical. 

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