Projeto Linda de
Música e Artes apresenta Tramella e Pedro Caetano
O projeto não
decepciona o público e traz boa amostra da arte alagoana
Diogo Braz
Iniciativa do
aparelho cultural do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP), o Projeto Linda de
Música e Artes Visuais chega a mais uma edição levando ao Espaço Cultural Linda
Mascarenhas uma boa amostra da arte produzida no estado. Amplo como as
vertentes de estilos em que nossos artistas militam, o projeto traz, nesta
edição, o Pop Rock autoral de Allan Bastos e a Tramella e as telas de traços
marcantes do artista plástico Pedro Caetano.
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A Tramella em ação - Foto de Helciane Angélica |
O projeto vem
se consolidando como uma boa vitrine da movimentação cultural alagoana. O
público tem comparecido em massa, prestigiando o trabalho dos artistas em
vigorantes apresentações musicais e em belas exposições. A cantora e atriz
Elisa Lemos enxergar a importância do projeto. “Eu acho que é muito importante
para o estado. É uma ótima vitrine para os músicos que estão se lançando e para
os que já estão na estrada há muito tempo”, destaca. “Mas quem mais sai
ganhando com o projeto é o público, que pode conhecer a cultura local”, conclui
a jovem cantora e atriz.
Tramella
Apesar
da Tramella ainda ser uma descoberta para uma parte do público, seu líder, o
cantor Allan Bastos, não é nenhuma criança no palco. Com mais de dez anos de
carreira solo, apresentando um trabalho baseado na MPB, Allan tem o domínio do
público, uma boa base de admiradores que o cantor conquistou em suas
apresentações, principalmente na noite de Maceió. Além de Allan Bastos (Voz,
Violões/guitarras), a Tramella é formada por Allyson Ferreira (baixo), Yuri
Pappas (bateria) e Joel Liberato (Teclados). “A banda surgiu da necessidade de
variar de estilo. Eu tinha o Pop Rock presente na minha vida, mas era impossível
fazer esse tipo de som sem uma banda. Então a gente se juntou pra tocar Pop
Rock”, explica Allan Bastos. “Tivemos várias formações, e a banda foi se
moldando até chegar, hoje, num grupo sólido. Uma trajetória ao longo do tempo
que resultou na Tramella”, resume.
A
jornalista e advogada Carol Vilela acompanha o trabalho do músico há longas
datas. “Conheço o trabalho do Allan há mais de dez anos. Acho o repertório dele
fantástico. Ele consegue garimpar músicas da MPB e do Rock nacional que ninguém
canta. Adoro a energia dos shows, ele é fantástico como músico e pessoa”,
elogia Carol.
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Repertório autoral - Foto de Helciane Angélica |
Com
um repertório autoral, Allan Bastos e a Tramella também não decepcionaram e
mostraram que sabem fazer os timbres do Rock agradarem os ouvidos do público. Allan
tem experiência em criar hits radiofônicos em potencial, alguns de seus
trabalhos na MPB podem ser ouvidos na programação da Educativa FM 107,7. Em sua
faceta Pop Rock a história não é diferente, as canções têm o apelo pop necessário
ao estilo: uma boa pedida para quem quer escutar boa música e se divertir.
“Foi
muito bom poder mostrar esse trabalho que nós estamos desenvolvendo há um bom
tempo. Já havia uma cobrança do público para que a gente apresentasse essa
produção autoral; as pessoas que acompanham o nosso trabalho queriam ver esse
show, então nós ficamos muito felizes em fazê-lo”, afirma Allan Bastos.
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Allan Bastos em voo coletivo, com a Tramella - Foto de Helciane Angélica |
Pedro Caetano
O arquiteto
por formação e artista plástico por vocação Pedro Caetano reside atualmente no
Ceará, mas foi em Alagoas que ele se descobriu artista, um artista que enxerga
nos traços da pintura o principal instrumento da sua expressão livre. Pedro
explica como descobriu a sua veia artística e sua paixão pela pintura. “Desenho
desde criança, mas foi no final do curso de arquitetura, por volta de 2008, que
eu percebi que não tinha a liberdade de criação que eu tinha no desenho, então
eu me perguntei por que tinha parado de desenhar. Como não achei resposta,
percebi que algo estava errado, por isso resolvi voltar a ter contato com o
desenho livre”, relembra Pedro. “A pintura entrou na minha vida por
coincidência. Quando eu comecei a pintar, vi que não conseguia parar”, explica
o artista.
Como bem se
percebe, Pedro é um artista que preza por sua liberdade de criação. Para ficar
o mais isento possível de amarras criativas, o pintor diz que prefere não
adotar estilos ou se prender a técnicas. Para Pedro, a repetição é algo muito
complexo no trabalho de um artista. “Não gosto da palavra estilo. O estilo
aprisiona o artista, o obriga a se repetir criativamente”, explica. Apesar de
prezar pela liberdade, Pedro mantém algumas influências mais recorrentes, como
o Fauvismo, o Cubismo e o Expressionismo. De acordo com o pintor, esses são os
seus pontos de partida, as correntes que ele gosta de estudar e que acabam por
influenciar seu trabalho, assim como o estudo da figura humana feminina, que
também está muito presente em sua obra.
Dono de traços
marcantes, que originam quadros cheios de expressão, Pedro Caetano preparou uma
seleção de obras interessantes para a exposição em cartaz no Espaço Linda
Mascarenhas. São duas séries, uma de 2009 chamada “O Giz” e uma de 2012,
chamada “Cadeira de Pensamentos”. “O Giz é um trabalho que mostra a exploração
da linha, telas com traços mais fortes. Já a série deste ano é mais suave, com
menos cores, as linhas não são tão exploradas. Eu acredito que as pessoas
poderão distinguir bem as técnicas aplicadas a cada trabalho, é bem
interessante”, destaca o artista.
A exposição de
Pedro Caetano ficará em cartaz durante este mês, no Hall do Espaço Cultural
Linda Mascarenhas, com visitação gratuita em horário comercial. Vale a pena
conferir.
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