Seminário discute ações pedagógicas de enfrentamento à homofobia na escola
Evento foi realizado por meio de uma parceria entre as Secretarias da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos e Educação e do Esporte
Marcos Jorge (Agência Alagoas)
Como parte da programação do Mês da Mulher e da Cidadania, foi
realizado nesta quarta-feira (28) o seminário Gênero e Diversidade na Escola:
Desafios e Perspectivas. O evento ocorreu no teatro Linda Mascarenhas, por meio
de uma parceria entre as Secretarias da Mulher, da Cidadania e dos Direitos
Humanos e da Educação e do Esporte, do Conselho Estadual da Condição Feminina
de Maceió (Cedim) e do Núcleo Temático Mulher e Cidadania da Universidade
Federal de Alagoas (Ufal).
O seminário teve como objetivo refletir acerca das raízes das
desigualdades entre homens e mulheres, bem como a compreensão de conceitos
necessários à realização de ações pedagógicas de enfrentamento à homofobia a
escola. A programação começou com a palestra da assistente social Elvira
Barreto Simões sobre o tema Gênero e Diversidade na Educação – Desafios e
Perspectivas).
Ela falou sobre a cultura da violência a partir de uma discriminação
ético-racial, discriminação contra a mulher e discriminação por orientação
sexual. Elvira abordou a procedência histórica desses tipos de discriminação
diante do diferente. “Uma sociedade brasileira que foi colonizada por povos
europeus e que tem uma cultura judaico-cristã que embasa nossos valores e a
moral de convivência do que se chama uma sociedade ocidental”, frisou.
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Mesa de palestrantes - Foto de Agência Alagoas |
Em seguida, a defensora Pública Daniela Times proferiu palestra sobre
Violência Sexista – Impacto da Lei da Maria da Penha. Ela começou falando sobre
a questão da violência, alguns princípios que ajudam a pensar sobre o fenômeno
da violência. Depois, abordou a violência de gênero, enfatizando a necessidade
de se destacar o papel do educador de interferir na construção dessas relações
sociais para que a violência de gênero não se perpetue e se mantenha acesa
dentro da sociedade.
A defensora falou também sobre os impactos da Lei Maria da Penha e o
contexto em que foi implantada na sociedade brasileira. “A educação é a
palavra-chave. A gente observa que a violência de gênero vem da própria
construção das relações sociais; de como a criança é educada, de como o menino
é educado para brincar fora de casa. Como é importante se estabelecer um padrão
nas escolas na educação de crianças, jovens e adultos no tocante à repetição de
estereótipos”, assinalou.
Na sequência, a mestra em Educação Brasileira Dalva de Oliveira Costa
fez uma explanação sobre Gênero e Diversidade no Currículo Escolar. Ela falou a
respeito do desenvolvimento de práticas curriculares que respeitem
equitativamente a diversidade de presenças no espaço da escola, considerando
também de forma equitativa as identidades, a estética, os conhecimentos
advindos das raízes dessa diversidade cultural.
“E porque isso não ocorre cotidianamente de uma forma tranquila e até
natural. Isso considerando que a gente é uma sociedade historicamente marcada
pela riqueza dessa diversidade humana e cultural. Ocorre que não é tão simples
assim, pois somos também herdeiros da cultura do patriarcado, da Casa Grande,
da Senzala, com tudo que essa metáfora de Gilberto Freire por representar de
problemático; isso no tocante aos preconceitos, à discriminação, à exclusão e
às desigualdades ainda não superadas”, expôs.
Na oportunidade, a secretária da Mulher, Cidadania e dos Direitos
Humanos, Kátia Born, foi representada pela diretora de Capacitação, Promoção e
Interiorização de Políticas para as Mulheres, Alessandra Torres.
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